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Marcia Ribeiro analisa desafios e demandas do mercado diante do Marco Legal de Seguros

Assessora Técnica do Conselho e Diretoria da ABGR, Marcia Ribeiro defende diálogo entre seguradoras, corretores e consumidores

O segundo Seminário Internacional de (Res)seguros, realizado em São Paulo, foi palco para discussões cruciais sobre o futuro do setor de seguros no Brasil. Entre os participantes, Marcia Ribeiro, Assessora Técnica do Conselho e Diretoria da Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR), trouxe uma visão aprofundada sobre os desafios e demandas do mercado, especialmente no que tange ao impacto do novo Marco Legal de Seguros, em tramitação no Congresso Nacional.

Segundo Marcia, o evento proporcionou um “overview do que se espera” para o setor, mas, como ela destacou, a implementação prática só será verdadeiramente compreendida quando a lei for aprovada e entrar em vigor. “Estamos ainda discutindo a relação, e, quando a lei for implantada, aí sim poderemos aprofundar e entender as condições que ela trará. Essa troca entre os setores é essencial para unir forças e moldar o mercado”, afirmou.

Importância da união e do diálogo contínuo

Para Marcia, o mercado de seguros é dinâmico e precisa estar em constante adaptação para atender a novas demandas. Ela enfatizou que a discussão entre seguradoras, corretores e consumidores não deve cessar, pois riscos emergentes, como os cibernéticos e climáticos, exigem uma atualização constante das políticas e produtos oferecidos. “Essas discussões são saudáveis e essenciais para encontrar melhores condições e resultados. Além disso, precisamos atrair mais segurados, o que significa também debater preços e personalização dos produtos”, explicou.

A executiva ressaltou que, embora o mercado precise se expandir, é crucial equilibrar a acessibilidade com a realidade das empresas consumidoras, muitas vezes limitadas em conhecimento sobre seguros. “Nós, que conhecemos o setor, somos, às vezes, os ‘lobos solitários’ dentro dessas corporações, e precisamos explicar os motivos para possíveis aumentos nos custos. Esse debate sobre personalização e transparência é fundamental para justificar e ajustar as operações”, ponderou.

Com o novo marco legal de seguros em discussão no Congresso, a ABGR acompanha com grande interesse o impacto que essa legislação pode trazer, especialmente para os seguros de grandes riscos, os quais a associação representa. “O projeto é extremamente relevante para nossos associados, pois eles são os compradores desses grandes riscos. Eles precisam de uma lei que respeite as especificidades desses contratos”, afirmou Marcia.

A especialista ponderou que o processo de gestão de riscos vai além da simples compra de uma apólice de seguro, exigindo um conhecimento profundo sobre os riscos e sua mitigação. “A aquisição do seguro é apenas parte do processo. Tudo começa com o assessment de riscos, mapeamento e, só então, a tentativa de transferi-los para o mercado segurador”, acrescentou.

Expectativas e demandas para a nova regulação

Marcia enfatizou que o novo marco legal deve permitir uma abordagem mais flexível e adaptável, com modelos padronizados por setor e não para todos os tipos de segurados. “A padronização deve respeitar as particularidades de cada setor, pois consumidores com perfis diferentes, como os de grandes riscos, têm demandas e necessidades distintas. Esperamos que o marco legal considere essas diferenças, promovendo contratos que atendam com precisão a cada realidade”, sinalizou.

Embora o projeto de lei traga mudanças significativas, Marcia indicou que o diálogo está apenas começando. Após a aprovação, o mercado terá um período de adaptação, que será essencial para ajustes e aprimoramentos. “Durante esse período de um ano para adaptação, temos que continuar conversando. O que rege esses negócios é o entendimento claro entre consumidores e o mercado segurador, criando uma parceria saudável, com foco em agregar valor”, completou.

Futuro do setor: valorização do conhecimento e adaptabilidade

A ABGR, representada por Marcia Ribeiro, reforça o compromisso em trazer a voz do consumidor de grandes riscos para as discussões regulatórias e mercadológicas. Para a entidade, o objetivo é não apenas melhorar as condições dos contratos, mas também agregar valor por meio do conhecimento especializado dos consumidores de grande porte, que enfrentam desafios diários em suas operações.

O evento serviu como um ponto de partida essencial para o avanço do setor, reforçando que o futuro dos seguros no Brasil exige tanto cooperação quanto inovação para atender as demandas de um mercado em constante transformação.

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