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Médico é condenado após amputar as próprias pernas para receber indenização de seguro

O cirurgião vascular Neil Hopper / Foto: Polícia Metropolitana / Reino Unido / Divulgação
O cirurgião vascular Neil Hopper / Foto: Polícia Metropolitana / Reino Unido / Divulgação

O cirurgião vascular Neil Hopper, de 49 anos, foi condenado a 32 meses de prisão por fraude ao seguro e posse de pornografia extrema; investigação revelou motivação sexual e gastos luxuosos com o dinheiro obtido de forma ilícita

Um caso bizarro no Reino Unido escancarou os riscos de fraudes em seguros e levantou debates sobre saúde mental, fetiches extremos e segurança no sistema de indenizações. O cirurgião vascular Neil Hopper, de 49 anos, foi condenado a dois anos e oito meses de prisão por provocar a amputação das próprias pernas, alegar falsamente uma infecção grave e tentar receber cerca de R$ 3,6 milhões em indenizações.

A fraude: como tudo começou

Em abril de 2019, Hopper utilizou 20 kg de gelo seco para congelar intencionalmente suas pernas. Internado em estado grave, ele afirmou aos colegas médicos que sofria de sepse, uma infecção potencialmente fatal. O diagnóstico falso levou a cirurgias que resultaram na amputação dupla abaixo dos joelhos.

Pouco depois, Hopper acionou suas apólices de seguro junto às empresas Aviva e Old Mutual, recebendo pagamentos que somaram £466 mil (aproximadamente R$ 3 milhões). O dinheiro foi usado em projetos de luxo, incluindo a ampliação de sua casa, compra de um veículo elétrico, uma van, próteses modernas e até uma banheira de hidromassagem de £15 mil.

Investigação e revelações perturbadoras

A farsa começou a ruir quando investigadores descobriram que Hopper mantinha contato frequente com Marius Gustavson, fundador do site EunuchMaker, dedicado a conteúdos de mutilações corporais extremas. Gustavson já havia sido condenado à prisão perpétua em Londres por ajudar outras pessoas a amputar membros e genitais.

Mensagens apreendidas revelaram que Hopper trocou mais de 1.500 conversas com Gustavson sobre como realizar a automutilação. Além disso, comprou vídeos de pornografia extrema com cenas de amputação e mutilação genital. Para o tribunal, a motivação do médico ia além do ganho financeiro: havia também uma obsessão sexual por amputação, associada ao transtorno conhecido como Body Integrity Identity Disorder (BIID).

A sentença

O juiz James Adkin, ao proferir a condenação em setembro de 2025, afirmou que Hopper “fez alegações fraudulentas de seguro alegando que suas lesões eram resultado de sepse, quando na verdade foram autoinfligidas, em parte para gratificação sexual”.

O médico recebeu pena de 32 meses de prisão, além de uma ordem de restrição sexual válida por 10 anos. O tribunal também iniciou processo para recuperar o valor pago pelas seguradoras.

Repercussão no hospital e entre pacientes

Hopper trabalhou por anos no Royal Cornwall Hospitals NHS Trust, instituição do sistema público britânico. Em nota, o hospital declarou que, embora o caso seja “chocante”, não foram encontradas falhas no atendimento prestado a pacientes durante sua atuação profissional.

Ainda assim, após a repercussão, pacientes começaram a questionar se o médico teria agido de forma negligente em procedimentos anteriores. Seu registro profissional está suspenso desde 2023 pelo General Medical Council.

Fraudes em seguros em pauta

O episódio reacende a discussão sobre fraudes milionárias no setor de seguros. Segundo especialistas, golpes sofisticados como esse pressionam o sistema e encarecem apólices para toda a sociedade. Para enfrentá-los, seguradoras têm investido em inteligência artificial, cruzamento de dados clínicos e auditorias independentes.

Reprodução/Redes sociais
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