Leucemias, aplasias e linfomas graves podem causar falência da medula óssea; transplante pode ser a única chance de cura
A Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, promovida anualmente, chama atenção para a importância do cadastro de novos doadores no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). O procedimento simples pode ser decisivo para pacientes com doenças graves como leucemias, aplasias graves e alguns tipos de linfomas, que podem levar à falência da medula óssea e colocar a vida em risco.
Segundo o hematologista do Grupo São Lucas, Dr. Vinicius Tomazini (CRM 176569 / RQE 90523), os primeiros sinais dessas doenças costumam ser inespecíficos, mas preocupantes. “Cansaço excessivo, palidez, sangramentos espontâneos, infecções frequentes, febre persistente e perda de peso podem indicar que a medula não está funcionando corretamente”, comenta.
O diagnóstico geralmente começa com o hemograma, podendo evoluir para exames mais específicos, como mielograma, biópsia de medula, citogenética, biologia molecular e imunofenotipagem, essenciais para definir o melhor tratamento.
Já o transplante de medula óssea é indicado quando o paciente não responde ao tratamento convencional ou tem alto risco de recaída da doença. Para isso, é necessário encontrar um doador compatível, o que pode ser difícil: apenas 25% dos pacientes encontram um doador ideal na família. Os demais dependem dos bancos de doadores brasileiros e internacionais.
A compatibilidade é definida pela análise do HLA, uma espécie de código genético de proteção do organismo. Com o avanço da medicina, os transplantes com doadores haploidênticos, pais ou filhos, também se tornaram mais seguros, ampliando as chances para quem espera por um transplante.
“Temos hoje grandes avanços, como terapias celulares, CAR-T cell, imunoterapias e melhorias na técnica de transplante, que aumentam as taxas de recuperação e trazem mais qualidade de vida aos pacientes”, explica Tomazini.
No Grupo São Lucas em Ribeirão Preto, o processo segue protocolos rigorosos, desde o preparo do paciente com quimioterapia ou radioterapia até o acompanhamento pós-transplante, realizado com equipe multiprofissional e monitoramento intensivo da imunidade. A estrutura hospitalar completa é essencial para o sucesso e segurança do procedimento, que pode durar meses de acompanhamento dedicado.
Atualmente, foram mais de 160 transplantes realizados no hospital desde dezembro de 2010, ano em que o procedimento foi oficialmente iniciado, tornando o Grupo São Lucas pioneiro em transplante de medula óssea em Ribeirão Preto e região.
“É importante que o paciente sempre busque referências no momento de realizar um procedimento como o transplante. Um hospital com estrutura e equipe multidisciplinar capacitada faz toda diferença no resultado de todo processo, desde a cirurgia até a recuperação plena. É preciso estar atento desde o início aos sintomas e procurar um especialista de sua confiança”, conclui.
