Além da divulgação, destacam-se no calendário econômico o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
O mercado financeiro inicia a semana atento a eventos econômicos globais e dados locais. Com o Congresso Nacional em recesso até fevereiro e sem novidades fiscais no radar, as atenções no Brasil se voltam para o exterior, especialmente para os Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump deve fazer anúncios sobre tarifas comerciais.
O dólar à vista fechou na última terça-feira cotado a R$ 6,0313 para venda, conforme dados da mesa de câmbio da Ourominas. “O mercado está em compasso de espera, observando a possibilidade de novos anúncios que impactem as negociações globais”, comentou Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas. Ele destacou que, apesar do câmbio estável no Brasil, o cenário internacional pode trazer volatilidade.
Anúncios de tarifas e Fórum Econômico Mundial
Trump estará presente no Fórum Econômico Mundial, que acontece amanhã em Davos, Suíça. Ele já sinalizou que, a partir de 1º de fevereiro, tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México serão aplicadas. “A política de tarifas do ex-presidente americano sempre teve impacto direto em mercados emergentes, como o Brasil, especialmente no setor de commodities”, acrescentou Gusmão.
Enquanto isso, na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fará um discurso hoje às 12h15, horário de Brasília. A fala da líder econômica é acompanhada de perto pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre a política monetária do bloco.
Expectativas locais: Fluxo cambial e Selic
No Brasil, o destaque do dia é a divulgação do fluxo cambial estrangeiro, prevista para as 14h30. Este indicador será essencial para avaliar a movimentação de capitais no país em meio à inflação ainda acima da meta. O Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira, projeta uma inflação de 5,08% para 2025 e 4,10% para 2026.
Para a próxima semana, a decisão sobre a taxa Selic promete movimentar o mercado. A previsão é de uma alta de 1 ponto percentual, reforçando a necessidade de ajustes no controle inflacionário. “A combinação de uma política monetária mais restritiva com dados globais desafiadores exige cautela dos investidores”, explicou Gusmão.