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Mercado de carbono comemora fase de consolidação e previsão de retomada do crescimento a partir de 2025, aponta relatório da Systemica

Mercado de carbono comemora fase de consolidação e previsão de retomada do crescimento a partir de 2025, aponta relatório da Systemica / Foto: Divulgação
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Documento destaca aumento de participantes e investimentos em créditos alinhados a novas referências de qualidade

O mercado voluntário de carbono passou por transformações significativas em 2024. Ao mesmo tempo em que enfrentou desafios reputacionais e flutuações nos preços, viu a consolidação de referências de qualidade e a demanda crescente dos compradores por créditos de maior integridade, como reflorestamento e gestão florestal aprimorada. Isso aponta para um cenário promissor em 2025, com novas metodologias em desenvolvimento e aumento no número de empresas comprometidas com metas climáticas. É o que mostra o relatório trimestral divulgado nesta segunda-feira (10) pela Systemica, empresa de consultoria ambiental.

Apesar das controvérsias e mudanças institucionais, o organismo internacional Science-Based Targets initiative (SBTi), que ajuda empresas a estabelecer metas de redução de emissões de CO2, manteve sua relevância. A iniciativa fechou o ano com o aumento de 41% em relação a 2023 na quantidade de empresas que tiveram compromissos climáticos aprovados ou submetidos. Essas companhias representam uma fatia importante das emissões globais, com compromissos que cobrem aproximadamente 23 GtCO2e. Além disso, a crescente demanda por projetos de remoção de carbono manteve os preços dos créditos de restauração da natureza mais altos, encerrando o ano a US$ 14,80/tCO₂e.

O quarto trimestre registrou ainda aumento na emissão de novos créditos, impulsionado também pela adoção do novo sistema baseado em risco para verificações pela certificadora Verra, o que acelerou a revisão dos projetos. A transição para iniciativas com maior integridade ganhou força, especialmente entre grandes empresas como Microsoft e Google.

Perspectivas para 2025 no Brasil e no Mundo

No Brasil, a promulgação do PL do Carbono, no final de 2024, marcou o avanço do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Esse é um importante passo legislativo antes da COP30, que será realizada em Belém, no Pará. O sistema será implementado em 2029, mas passará por etapas importantes este ano, como regramentos adicionais sobre alocação de cotas, regulamentação de terras e definição de papeis claros para órgãos de supervisão.

Além disso, o país avança em concessões de restauração de terras públicas no Pará e Rondônia, com destaque para a conservação da biodiversidade por meio de soluções baseadas na natureza — um dos temas mais esperados para a COP de Belém.

Em escala global, a finalização das conversas para a operacionalização do Artigo 6 do Acordo de Paris na COP29, no Azerbaijão, no final do ano passado, é motivo de comemoração. O mecanismo, que estabelece regras de cooperação internacional para redução das emissões de gases de efeito estufa, tem lançamento operacional previsto para este ano. A expectativa é que definições claras de metodologias aceitas e a criação de um registro de transações sustentem a infraestrutura necessária para facilitar o comércio global de carbono, garantindo a coerência das políticas.

O aumento na demanda por créditos de carbono de alta qualidade em 2024 se traduziu na negociação recorde de ativos sob as metodologias Credible Carbon Projects (CCP), aprovadas pelo Integrity Council for the Voluntary Carbon Market (ICVCM). A preferência crescente por padrões aprovados pelo CCP sugere potencial para aumento da demanda em 2025, à medida que o estoque de créditos disponível nessas metodologias se expande.

“Uma vez que as questões conjunturais estão sendo tratadas e sinais de recuperação da demanda já podem ser observados, espera-se que 2025 seja um ano de consolidação e retomada do crescimento do mercado”, diz Munir Soares, CEO da Systemica.

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