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Mercado de saúde brasileiro precisa abandonar processos manuais para dar o próximo passo

Healthtechs na AL receberam US$ 253,7 milhões em 2024, crescimento de 37,6% em relação ao ano anterior / Foto: Freepik
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Confira artigo de Claudio Franco, CEO e cofundador da Tivita

O Brasil é o segundo maior mercado de saúde privada do mundo e vive um momento decisivo em que pode apostar na tecnologia para inaugurar uma era de eficiência e agilidade. Essa transformação se concretiza por meio das automações somadas à inteligência artificial, capazes de redesenhar como trabalhamos, consumimos e nos relacionamos com a saúde.

Hoje, algoritmos já permitem que necessidades humanas sejam atendidas de forma mais rápida e com menos esforço. Mas esse avanço, que facilita o acesso e o consumo de informações em diversos setores, ainda precisa se estender de forma consistente para a área da saúde, onde etapas de atendimento continuam lentas e ineficientes.

O modelo tradicional, marcado por filas de espera, linhas telefônicas sobrecarregadas, oferta limitada e processos burocráticos, até consegue suprir parte da demanda, mas não corresponde às expectativas crescentes dos pacientes.

As pessoas não querem apenas ser escutadas: elas desejam que suas questões sejam resolvidas e, principalmente, no menor tempo possível. A expectativa é por respostas rápidas, confiáveis e integradas, um espaço que os Agentes Digitais começam a ocupar com naturalidade.

Hoje, muitas operações ainda estão presas a tarefas repetitivas, que não só custam caro, mas também reduzem o valor percebido pelos pacientes. O exemplo mais evidente surge já no agendamento: grandes grupos mantêm batalhões de atendentes para funções simples, como checar elegibilidade, que poderiam ser concluídas em segundos por meio de automação.

Outro gargalo é o preenchimento manual de guias médicas, que movimenta milhões de registros todos os meses. Uma funcionária dedicada a essa tarefa recebe, em média, R$ 2.800 mensais (Caged/2024). Considerando que cada guia leva cerca de cinco minutos, o custo direto por guia chega a R$ 1,45, sem contar erros. Multiplicado por milhões de guias, esse processo gera bilhões de reais desperdiçados.

A ineficiência que por anos marcou o setor atinge agora um ponto de inflexão: o custo da inteligência artificial despencou e sua capacidade disparou. Desde 2017, o preço do processamento de IA caiu mais de 40 vezes, enquanto o desempenho cresceu em escala exponencial (Stanford AI Index, 2024). Hoje, modelos já conseguem passar no exame da OAB, derrotar campeões de xadrez e escrever código como engenheiros de software.

Nesse cenário de transformações aceleradas, os Agentes Digitais representam a materialização do potencial da IA: ferramentas que unem velocidade, contexto e integração para assumir tarefas complexas com a mesma precisão de equipes inteiras, mas em uma escala inédita e com custo irrisório frente a soluções tradicionais.

Na Tivita, essa transformação já deixou de ser conceito e se tornou realidade em quase 1.000 clínicas. Processos que antes levavam de dois a cinco minutos, como a autorização de exames, agora são concluídos em apenas dois segundos. O preenchimento de guias passou a ser executado por Agentes Digitais, com auditoria em tempo real. Até mesmo o agendamento, antes moroso e dependente de grandes equipes, ganhou nova dinâmica: os agentes conectam-se a sistemas legados e liberam horários automaticamente, eliminando filas.

A saúde particular no Brasil esconde bilhões em prejuízo camuflados em tarefas manuais e processos ultrapassados. Esse dinheiro não está em leitos ou equipamentos, mas no tempo desperdiçado com burocracia.

O futuro digital, integrado e inteligente já começa a ocupar espaço. Os Agentes Digitais não são mais uma promessa distante: são a chave para liberar valor que já existe no setor. A próxima fronteira da saúde não será marcada por prédios maiores ou equipamentos mais sofisticados, mas pela capacidade de transformar tecnologia em economia, liberando bilhões de reais hoje perdidos em processos manuais.

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