Mudanças trazem mais segurança para o consumidor e desafiam corretoras a se reinventarem com foco em eficiência operacional
O mercado brasileiro de seguros se prepara para um 2025 marcado por crescimento expressivo e desafios, impulsionado por novas regulamentações que devem moldar o futuro do setor. Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o setor gerou R$ 670 bilhões em prêmios em 2023, um aumento de 11,5% em relação ao ano anterior. Em 2024, o ritmo de expansão se intensificou, com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) registrando um crescimento de 13,4% até setembro.
Neste contexto, o Projeto de Lei 2597/2024, conhecido como o Marco Legal dos Seguros, representa um marco regulatório. A nova lei, sancionada pelo presidente Lula, tem o objetivo de modernizar e aprimorar as regras dos contratos de seguros, conferindo mais segurança jurídica às transações.
A legislação, que busca alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais, promete impulsionar a confiança dos consumidores, estimular a demanda por seguros e promover maior transparência e padronização nos contratos. A medida também reforça a necessidade de produtos acessíveis que equilibrem a inclusão e a sustentabilidade financeira das operadoras.
O segmento de saúde suplementar, por sua vez, continua como destaque no mercado. Em 2023, arrecadou R$ 282 bilhões, sendo impulsionado pelo envelhecimento da população e pela crescente demanda por serviços de saúde. No entanto, a escalada dos custos do setor, que crescem anualmente, dificulta a sustentabilidade e crescimento do sistema. Isso destaca a importância de que todos os envolvidos – operadoras, distribuidores e beneficiários – estejam alinhados na busca por um modelo mais equilibrado e eficiente.
Para Bruno Autran, fundador da AJA Seg, as mudanças regulatórias exigem um movimento estratégico das corretoras, que devem ir além de suas funções operacionais. “Estamos vivendo um momento promissor para o mercado de seguros no Brasil. As novas regulamentações aumentam a segurança e a clareza para o consumidor, mas também impõem às corretoras o desafio de adotar um papel mais consultivo e estratégico. Esse momento envolve compreender profundamente as necessidades dos clientes e atuar como parceiras no desenho de soluções que ofereçam benefícios reais, garantindo contratos mais robustos e sustentáveis”, afirma.
Autran destaca ainda que a gestão eficiente do tempo e dos recursos deve ser prioridade para as corretoras se destacarem nesse novo cenário. “Delegar atividades operacionais e administrativas para parceiros especializados é uma forma eficaz de aliviar a carga diária e focar no core business: ampliar o portfólio de clientes e fortalecer o relacionamento com os atuais. Essa estratégia permite não apenas aumentar a receita, mas também otimizar custos, assegurando um crescimento sustentável e preparando as corretoras para um mercado cada vez mais competitivo e exigente”, finaliza.