Confira análise de Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank
A semana nos mercados brasileiros foi marcada por oscilações fortes no Ibovespa e no câmbio, com o aumento da inflação no Brasil e um pacote de estímulos da China que frustrou investidores. A análise detalhada de Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, uma das principais plataformas de câmbio do Brasil, oferece uma visão sobre os fatores que influenciaram o fechamento do mercado.
O início da semana mostrou um Ibovespa otimista, superando os 130 mil pontos. No entanto, a terça-feira trouxe um cenário de incerteza com as eleições presidenciais nos Estados Unidos e expectativas sobre a política fiscal do Brasil. Bazzo comenta que a combinação de fatores internos e internacionais elevou a cautela entre os investidores. No Brasil, o índice registrou quedas à medida que as atenções se voltaram para as discussões sobre o controle de gastos e o aumento da taxa Selic.
A expectativa de uma nova rodada de alta dos juros no Brasil foi reforçada pela divulgação de dados de inflação que superaram as previsões, com o IPCA subindo 0,56% em outubro. “A inflação acima do teto da meta do Banco Central e a resposta lenta do governo brasileiro para o controle fiscal adicionaram pressão no mercado”, explica Bazzo. No cenário internacional, o pacote de estímulos da China, que prometia impulsionar a economia, acabou sendo menor do que o esperado, gerando queda nas ações da Vale e influenciando negativamente o índice brasileiro.
Impacto no câmbio: dólar registra alta influenciado por inflação e incertezas políticas
O dólar também oscilou fortemente durante a semana, fechando a última sexta-feira (8) em alta após dias de quedas motivadas pela expectativa de cortes de gastos do governo brasileiro. Na quarta-feira, a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas trouxe expectativas de um possível aumento de juros nos EUA, o que impulsionou o dólar globalmente. Na quinta-feira, com o anúncio de um pacote fiscal do governo brasileiro abaixo das previsões, o dólar continuou a subir, refletindo a preocupação dos investidores com a sustentabilidade fiscal do país.
Na análise de Bazzo, o cenário para o câmbio continuará volátil, especialmente com a inflação pressionada e o Banco Central sinalizando novas altas na taxa Selic. Ele alerta que o mercado deve monitorar de perto as próximas decisões fiscais e monetárias tanto no Brasil quanto no exterior.
*Com informações de Motim Comunicação.