Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, o mercado financeiro inicia o dia sob os reflexos das oscilações da véspera. A Bovespa registrou forte queda na quarta-feira, pressionada pelo desempenho negativo das ações da Petrobras e pela desvalorização acentuada de diversos bancos. Com isso, o índice Bovespa recuou 1,69%, atingindo 124.380 pontos. O dólar, por sua vez, teve leve queda de 0,08%, cotado a R$ 5,76.
Nos mercados internacionais, os índices de Wall Street apresentaram movimentação mista: o Dow Jones caiu 0,50%, enquanto o Nasdaq teve leve alta de 0,03%. Os juros futuros (DIs) no Brasil também encerraram o dia com queda.
Cenário internacional e perspectivas
Na Ásia, os mercados operaram majoritariamente em alta. A bolsa de Tóquio, que retornou de feriado, subiu 1,28%, enquanto Seul registrou alta de 1,36%. Na Europa, os mercados abriram em alta, com ganhos ao redor de 0,80%. Já os futuros americanos permanecem no campo negativo.
Entre os indicadores econômicos divulgados, a inflação na Alemanha, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), caiu 0,2% em dezembro, mantendo alta de 2,3% no acumulado do ano, em linha com as expectativas. No Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre registrou alta de 0,1%, acumulando crescimento de 1,4% em bases anuais.
Nos Estados Unidos, a inflação de janeiro, medida pelo CPI, subiu 0,5%, levando a taxa anualizada para 3%. O dado reforçou a discussão sobre a política monetária, sugerindo que os cortes de juros podem ocorrer apenas no final de 2025. Além disso, a corte americana autorizou demissões no governo Trump, e o ex-presidente segue negociando com Putin e Zelensky para buscar um acordo para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Impactos no mercado brasileiro
A B3 segue operando em níveis próximos aos 124.000 pontos, com volume transacionado fraco. A bolsa brasileira estuda ampliar o tempo de negociação de derivativos de criptomoedas e ETFs, na tentativa de atrair mais liquidez ao mercado.
No cenário doméstico, o pacote fiscal do governo foi considerado insuficiente, levantando preocupações sobre o cumprimento das metas fiscais e a possibilidade de medidas adicionais logo no início do ano. Outro fator de atenção é o impacto das tarifas anunciadas por Donald Trump, que podem afetar as exportações brasileiras de aço, cujo volume de vendas externas gira em torno de US$ 1 bilhão.
Agenda do dia e expectativas
O IBGE divulgará os dados de vendas no varejo de dezembro, assim como informações sobre a produção agropecuária e o relatório de crédito. Nos Estados Unidos, serão anunciados os índices de inflação ao produtor de janeiro e os pedidos de auxílio-desemprego.
No mercado de commodities, o petróleo Brent recuava 1,14%, sendo cotado a US$ 74,32 por barril. As bolsas europeias operavam de forma mista: Londres caía 0,80%, enquanto Paris e Frankfurt subiam 1,08% e 1,20%, respectivamente. Nos Estados Unidos, os futuros de Dow Jones ainda registravam leve queda de 0,04%, enquanto o Nasdaq subia 0,10%.
Diante desse cenário, a expectativa para o pregão é de um dia de baixa liquidez, com a bolsa brasileira operando de forma fraca, acompanhando a instabilidade global. O dólar e os juros tendem a manter comportamento estável, enquanto as commodities apresentam movimento de baixa.
Conforme destacou Álvaro Bandeira, coordenador da Comissão de Economia da APIMEC Brasil: “A bolsa segue pressionada, sem conseguir se descolar da faixa dos 124.000 pontos, enquanto os mercados internacionais tentam se ajustar aos dados recentes de inflação e política monetária. O volume segue fraco, mas a B3 estuda ampliação de pregão para alguns ativos, o que pode ajudar a movimentar o mercado”.