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Mergulho em águas rasas: verão aumenta incidência de acidentes; cerca de 6% das lesões na coluna são ocasionadas pela prática

Acervo Lucas Junqueira / Divulgação
Acervo Lucas Junqueira / Divulgação

Atleta paralímpico alerta sobre os riscos e consequências de acidentes na água

As altas temperaturas do verão de 2025 trazem pelo menos um sentimento comum a grande parte da população brasileira: a vontade de aproveitar os momentos de lazer em praias e piscinas. Mas, como tudo na vida, esse simples momento de diversão e refresco precisa ser realizado com cautela, afinal, segundo dados da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), aproximadamente 6% das lesões medulares no Brasil são decorrentes de mergulhos em locais com profundidade insuficiente, sendo o quarto principal motivo de lesões na coluna.

Lucas Junqueira, embaixador da Ottobock e atleta da seleção brasileira de rugby em cadeira de rodas, conhece bem essa realidade. Em janeiro de 2009, na praia de Ponta Negra, Rio Grande do Norte, ele sofreu um acidente ao mergulhar em uma área com um banco de areia oculto. “Fui correndo para a água furar uma onda, no raso, mas atrás da onda tinha um banco de areia. Acabei batendo a cabeça e quebrei o pescoço”, relembra Lucas. A lesão resultou em tetraplegia, exigindo cirurgia e reabilitação intensiva.

Além das dificuldades físicas enfrentadas no pós-acidente, Lucas também alerta para os obstáculos encontrados durante o processo de readaptação. “Lidar emocionalmente com o acidente e a adaptação ao novo estilo de vida foi um processo desafiador e profundamente transformador. Inicialmente, foi um baque muito forte, pois perdi os movimentos e sensibilidade do pescoço para baixo, mas com o passar do tempo fui entendendo que meu corpo havia mudado e havia a necessidade de aceitar uma nova realidade”, conta ele.

Desde então, o atleta faz questão de sempre alertar sobre os perigos do mergulho em águas rasas. “É importante que as pessoas saibam alguns pontos básicos, como verificar sempre a profundidade da água antes de mergulhar, evitar pular de cabeça de primeira, assim como em locais desconhecidos. O que aconteceu comigo poderia ter sido evitado se essas pequenas atitudes tivessem sido tomadas. Hoje eu me adaptei à nova vida, mas durante o período de reabilitação, enfrentei vários desafios emocionais, incluindo a frustração com a lentidão do progresso, o medo do desconhecido e a sensação de vulnerabilidade. Também houve momentos de dúvida sobre meu futuro e minhas capacidades”, conta ele.

Descobrindo novas possibilidades

Apesar das dificuldades e com apoio de familiares, amigos e profissionais de áreas como psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, protesistas, Lucas superou as dificuldades e acabou encontrando no esporte uma forma de reabilitação e superação.” O esporte se tornou uma válvula de escape emocional muito potente, ajudando a reconstruir minha confiança, a encontrar uma nova paixão e seguir em frente. Foi por meio dele que mantive o foco em minhas conquistas e no que eu ainda podia fazer, em vez de me concentrar no que havia perdido”, diz ele. Hoje, Lucas faz parte da seleção brasileira de rugby em cadeira de rodas. “Já participei de vários torneios internacionais como o Parapan de Toronto 2015, Parapan de Lima 2019 e recentemente o Parapan de Santiago, onde conquistamos a medalha de bronze. Participamos também da Paralimpíada Rio 2016 aqui no Brasil” conta.

Além do esporte, a tecnologia assistiva desempenhou um papel fundamental em sua jornada. “Hoje eu utilizo uma Zenit CLT da Ottobock, que é uma cadeira muito leve e estruturada e que ajuda bastante o meu toque de cadeira, perfeito para minha rotina no rugby. Esses recursos são essenciais para promover independência e qualidade de vida para pessoas com deficiência”, finaliza o atleta.

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