O Programa Água Doce, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), foi pauta de reunião realizada nessa quarta-feira (21) na cidade de Riacho dos Machados, em Minas Gerais. O 1º encontro estadual do programa teve como tema “o papel da união, dos estados, municípios e comunidades na gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização”.
O objetivo do Programa Água Doce é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização de águas no semiárido brasileiro, levando-se em consideração a característica da presença de sais nas águas subterrâneas desta região.
“No semiárido, quando se fura um poço, pode acontecer três coisas: ter água, não ter água ou ter água salobra. Se só tem água salgada, tomam água salgada mesmo e, com isso, pessoas morrem fazendo hemodiálise porque sobrecarregam os rins. O sistema do Programa Água Doce é barato, custa em torno de R$ 300 mil, e resolve o problema”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira.
Durante o encontro, onde foram detalhados os papeis de cada ente da esfera governamental no Programa Água Doce, mostrando a aplicação das diretrizes de sustentabilidade ambiental e mobilização social. Os operadores também receberam conteúdo teórico, em complementação à capacitação em cada sistema.
Durante o dia, houve palestras sobre o programa, mostrando como funciona o processo de dessalinização da água, dentre outros temas. “A gente unifica a metodologia do programa, falando sobre os componentes de mobilização social, sustentabilidade ambiental e as obras civis. Além disso, damos foco no acordo de gestão compartilhada, que é o papel de cada ente na execução do programa”, destaca o coordenador do Programa Água Doce em Minas Gerais, José Ocimar de Andrade.
Até o momento, 27 sistemas de dessalinização foram destinados pelo MDR a Minas Gerais. Desses, 10 estão funcionando, 13 estão prontos e aguardam questões burocráticas, como liberação de laudo e fornecimento de energia, e os outros quatros estão em construção.
Em todo o semiárido brasileiro, há 914 dessalinizadores em operação. Somados, eles possuem capacidade instalada para produzir cerca de 3,6 milhões de litros de água potável por dia e beneficiam diretamente aproximadamente 218 mil pessoas na zona rural do semiárido brasileiro.