Em parceria com grande banco, tecnologia da startup identifica e bloqueia golpes por voz, elevando o nível de proteção no setor bancário
Mais de R$ 2 milhões em prejuízos evitados com golpes em contratos de crédito consignado. Esse foi o resultado de uma parceria entre a Minds Digital, primeira Voice IDTech do Brasil, e uma grande instituição financeira. Em 8 meses, a empresa detectou em tempo real cerca de 1,8 mil alertas de ataques. As fraudes aconteciam no processo de concessão de crédito, em que, após a liberação do valor, os contratos eram quitados de forma antecipada por meio de pedidos de portabilidade, sem o consentimento dos titulares.
“Poucos bancos modernizaram o atendimento telefônico. Processos como o PID (Perguntas de Identificação) são frágeis, permitindo que fraudadores explorem essas brechas, resultando em perdas financeiras. Além disso, essas perguntas de segurança, embora necessárias, prolongam o tempo de atendimento, com processos de PID variando entre 30 e 90 segundos”, destaca Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital.
Para se ter uma ideia, em 2024, os bancos brasileiros investiram R$4,7 bilhões em cibersegurança, representando 10% do orçamento total de tecnologia. Contudo, o atendimento telefônico permanece com processos de autenticação obsoletos, tornando-se um canal vulnerável a fraudes de identidade que impactam negativamente a segurança e a retenção de carteiras de crédito consignado.
Peixoto acrescenta que as fraudes não apenas causam perdas financeiras imediatas, mas também afetam a confiança dos clientes e a reputação das instituições. “Se um fraudador acessa um cartão com limite de R$ 10 mil, por exemplo, ele pode esgotá-lo em minutos. Portanto, investir em tecnologias avançadas de autenticação no atendimento telefônico é essencial para proteger tanto os ativos financeiros quanto a relação de confiança com os clientes.”
Para enfrentar o problema, a solução adotada foi o FraudShield, tecnologia baseada em biometria de voz, Inteligência Artificial e deep learning que permite autenticar a identidade de um usuário por meio de suas características vocais, físicas e comportamentais, cruzando com outros dados como telefone e CPF para mapear comportamentos suspeitos.
“Já no primeiro mês, pudemos perceber que os alertas de suspeita de fraude se confirmavam e conseguimos mapear o comportamento da fraude da portabilidade, que são os casos em que a transferência do crédito é solicitada por um terceiro e não pelo cliente. Além disso, a solução tem potencial de 20% de economia com PAs – pontos de atendimento e retenção de atendimento na URA – Unidade de Resposta Audível – potencializando a oferta de autosserviço, o que é mais um bônus para as instituições financeiras”, explica Peixoto.