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“Nenhum corretor de seguros ficará para trás com o Open Insurance”, destaca especialista em workshop da ENS

A mediadora Thaís Covolato; Priscila Figueiredo, CEO da Open Power Corretora de Seguros e professora da ENS; e Manuel Matos, um dos maiores nomes em Open Insurance no Brasil e membro do Conselho de Administração da ENS / Reprodução
A mediadora Thaís Covolato; Priscila Figueiredo, CEO da Open Power Corretora de Seguros e professora da ENS; e Manuel Matos, um dos maiores nomes em Open Insurance no Brasil e membro do Conselho de Administração da ENS / Reprodução

Especialistas discutem desafios e oportunidades do Open Insurance e destacam a inclusão dos corretores no novo modelo

Em workshop promovido nesta pela Escola de Negócios de Seguros (ENS), nesta terça-feira (03 de dezembro), especialistas se reuniram para discutir as nuances do Open Insurance, um modelo de compartilhamento de dados que promete transformar o mercado de seguros. O evento, voltado para jornalistas, contou com a presença de Manuel Matos, um dos maiores nomes em Open Insurance no Brasil e membro do Conselho de Administração da ENS, e Priscila Figueiredo, CEO da Open Power Corretora de Seguros e professora da ENS. A mediação ficou a cargo de Thaís Covolato, que conduziu uma discussão rica em informações sobre os impactos desse novo modelo no setor de seguros.

Transparência e proteção de dados: base do Open Insurance

O workshop abriu com uma fala de Manuel Matos sobre o conceito central do Open Insurance: o compartilhamento transparente de dados entre seguradoras, corretores e consumidores, com foco na segurança da informação. Para Matos, a segurança dos dados é uma preocupação histórica no mundo digital, que agora ganha um novo contexto com a implementação do Open Insurance. “A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) organizou a titularidade dos dados, mas a preocupação com a segurança sempre existiu. O Open Insurance não é um fenômeno isolado; ele integra uma infraestrutura digital que já está em constante evolução”, afirmou Matos.

Um dos principais objetivos do modelo, de acordo com Matos, é garantir que o mercado de seguros seja mais transparente, promovendo uma comunicação eficaz entre os vários atores envolvidos no processo, especialmente os jornalistas, que desempenham um papel crucial na disseminação de informações. Ele convidou os jornalistas a se aprofundarem nas nuances do Open Insurance, sugerindo que o Guia Open, uma plataforma desenvolvida pela camara-e.net, é uma ferramenta valiosa para aqueles que desejam se manter atualizados sobre o estágio e os desenvolvimentos do setor.

“Nenhum corretor ficará para trás no Open Insurance”, apontou Matos. Essa frase reflete a dinâmica inclusiva do novo sistema, que visa proporcionar a todos os corretores, independentemente de porte ou alcance, as mesmas oportunidades no processo de adaptação às novas regras.

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Papel crucial dos corretores no novo modelo

Priscila Figueiredo, em sua apresentação, focou na importância dos corretores de seguros no ecossistema do Open Insurance. Segundo a especialista, o sucesso desse novo modelo depende diretamente da participação ativa dos corretores, que serão responsáveis por mediar o consentimento do cliente para o compartilhamento de seus dados. “A inclusão dos corretores no modelo é fundamental, pois o cliente só compartilhará seus dados com o consentimento de um corretor. O Open Insurance não existirá sem a figura do corretor de seguros”, disse.

A CEO da Open Power Corretora de Seguros e da SPOC Open Power, autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), também abordou o conceito de portabilidade de dados, um dos pilares do Open Insurance, explicando que a LGPD garante ao consumidor o direito de controlar suas informações pessoais. Isso permitirá que, por exemplo, um cliente que já possua histórico com uma seguradora possa, a partir do seu consentimento, transferir esses dados para outra seguradora, facilitando o processo de adesão a novos produtos de forma personalizada. “A portabilidade garante ao consumidor maior controle sobre seus dados e a possibilidade de escolher o serviço mais adequado às suas necessidades”, destacou.

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Desafios culturais, regulatórios e tecnológicos

A transformação digital no setor de seguros traz consigo uma série de desafios, tanto culturais quanto regulatórios. Durante o workshop, Matos ressaltou que o Open Insurance está ainda em fase de testes, com o mercado enfrentando dificuldades naturais na adaptação a novas tecnologias e regulamentações. “Estamos em uma fase de infraestrutura e teste, e muitas seguradoras ainda estão ajustando suas APIs e processos para atender à demanda de dados”, explicou Matos.

O regulador, a exemplo do que ocorre no Open Banking, desempenha um papel crucial no alinhamento das normas e na garantia de que o setor avance de forma segura e sem descontinuidade. A adaptação das normas existentes para permitir essa transição sem traumas é um trabalho árduo que está sendo acompanhado pela Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) e outras entidades responsáveis.

Priscila complementou o ponto, destacando que o ambiente regulatório está em constante evolução, e que, apesar dos desafios, o Open Insurance representa uma revolução no setor de seguros. A regulamentação adequada permitirá uma transição suave para um sistema baseado em dados, que, por sua vez, permitirá a criação de produtos mais personalizados e transparentes para o consumidor.

O impacto do Open Insurance no consumidor

Uma das questões levantadas durante o workshop foi a compreensão do consumidor sobre o que é o Open Insurance e como ele pode se beneficiar disso. Priscila respondeu afirmando que, assim como o Pix foi incorporado ao cotidiano do brasileiro, o Open Insurance também se tornará uma realidade acessível ao público geral. “O consumidor não precisa entender todos os aspectos técnicos por trás da plataforma, mas precisa saber que, com o Open Insurance, ele terá controle sobre seus dados e poderá escolher os melhores produtos para suas necessidades”, mencionou.

Matos, por sua vez, alertou que a evolução do Open Insurance será gradual. “A adaptação dos consumidores ao modelo será como a transição do mapa em papel para o Waze; as pessoas não precisam entender toda a tecnologia por trás do serviço, mas o que importa é a praticidade e o benefício que ele oferece”, exemplificou, referindo-se à facilidade de acesso e personalização de serviços que o modelo proporcionará.

Capacitação e adaptação: o papel dos jornalistas e profissionais do setor

A questão da capacitação também foi um dos temas centrais do workshop. Com a introdução do Open Insurance, novos conhecimentos são exigidos de todos os profissionais do setor, desde corretores até reguladores. Matos e Priscila destacaram que a Escola de Negócios de Seguros (ENS) oferece cursos que cobrem desde aspectos técnicos até o impacto regulatório e estratégico da mudança no setor.

Matos fez um alerta para todos os profissionais do mercado: “Profissionais que não se atualizarem sobre as novas tecnologias e regulamentações estarão em desvantagem no futuro. A tecnologia, como no caso do Pix, avança rapidamente, e o Open Insurance não será diferente.” A capacitação, segundo ele, é essencial para que os profissionais do setor não apenas acompanhem as mudanças, mas também se tornem líderes na implementação dessas novas práticas.

Priscila Figueiredo, por sua vez, convidou os jornalistas a desempenharem um papel ativo na disseminação das informações sobre o Open Insurance. “É através da cobertura jornalística que conseguiremos esclarecer os consumidores sobre os benefícios do Open Insurance e desmistificar as preocupações que surgem com qualquer nova tecnologia”, projetou.

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O futuro do Open Insurance no Brasil

Ao fim do workshop, a conclusão era clara: o Open Insurance chegou para ficar e o setor de seguros brasileiro está em processo de adaptação a esse novo modelo, que trará benefícios significativos para consumidores e profissionais. A capacitação contínua, a transparência na comunicação e a adaptação tecnológica serão fundamentais para o sucesso dessa transformação.

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