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Neoindustrialização passa pela logística 4.0; Especialista avalia tendências para 2024

Neoindustrialização passa pela logística 4.0; Especialista avalia tendências para 2024 / Foto: Josiah Farrow / Unsplash Images
Foto: Josiah Farrow / Unsplash Images

Fundador e CEO da logtech CargOn adverte para a necessidade de transformação digital nos fluxos logísticos, se o Brasil quiser de fato elevar o patamar de sua indústria

O Brasil assumiu o conceito da neoindustrialização, processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais, como base para recuperar a participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que nos anos 1980 passava dos 30% e, atualmente, está em 23% (dados de 2022). O termo consta tanto em documentos do governo federal como da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para esse processo começar a se concretizar, há um componente fundamental: a logística.

Mais especificamente, a logística 4.0, isto é, a incorporação definitiva aos fluxos logísticos junto às mais avançadas tecnologias da informação. Assim como a indústria promoveu automação das suas linhas de produção, agora caminha para digitalizar também seus fluxos gerenciais e de gestão. Diante desse cenário, a logística precisa com urgência passar por transformação digital, conforme avalia um dos players desse setor, o fundador e CEO da CargOn, Denny Mews.

“Muito se fala, em especial na indústria, em ser 4.0. No entanto, não haverá indústria nesse estágio de evolução sem que outros pontos da cadeia alcancem esse patamar. E um desses pontos é o de logística, que faz o elo entre fornecedores, distribuidores, varejo e consumidor final. Não adianta ter uma planta industrial em alto grau de digitalização se esse elo logístico ainda tiver seus fluxos gerenciados manualmente, com dados em planilhas de computador”, considera o gestor da logtech.

Mews explica como a logística 4.0 é indispensável para a neoindustrialização do país. Conforme ressalta o executivo, o conceito de neoindustrialização pressupõe não só automação, aumento da produtividade, redução de custos e ampliação da participação da atividade industrial no PIB. “O conceito estabelece que tudo isso deve ser alcançado primando por inovação, integração com cadeias produtivas internacionais e compromisso ambiental, segundo define a CNI”.

Pilares para neoindustrialização

Nesse sentido, continua o CEO da CargOn, a logística 4.0 contribui diretamente com três pilares citados pela Confederação Nacional da Indústria.

  • inovação, ao incorporar big data
  • robotização, aprendizado da máquina, inteligência artificial, realidade aumentada
  • computação em nuvem, integração de sistemas e internet das coisas nos fluxos de entrada, saída e transporte de mercadorias.

Nesse contexto, a adoção da logística 4.0 possibilita uma integração eficiente e sustentável das cadeias produtivas, reduzindo impactos ambientais e promovendo uma resposta ágil às demandas do mercado.

“A logística 4.0 pode reduzir impactos ambientais ao otimizar fluxos, minimizando o tráfego de caminhões utilizando rotas mais eficientes, além de oferecer monitoramento e transmissão de dados em tempo real para evitar congestionamentos e bloqueios no trânsito.já que o monitoramento e a transmissão de dados e informações são disponibilizadas online e em tempo real. Enfim, são inúmeras as funcionalidades”, ilustra Mews.

De acordo com o especialista, os investimentos em logística estão na pauta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que integra representantes do poder público, da indústria e de outros setores produtivos, de tecnologia e inovação e dos trabalhadores. “A logística é o item que mais pesa no chamado ‘Custo Brasil’, que inviabiliza a competitividade da indústria nacional. Portanto, sem enfrentar os gargalos desse setor, não há como melhorar a competitividade da indústria nacional”, sublinha o CEO da CargOn.

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