A safra da produção de amendoim no Brasil deve atingir 746,7 mil toneladas no ciclo 2021/22, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O quantitativo representa aumento de 115% em comparação com o volume produzido em 2014/15, quando a safra chegou a 346,8 mil toneladas. Dentre os estados brasileiros, São Paulo é o maior produtor, responsável por 92% da produção.
A Conab avalia que a melhora no desempenho da safra se deve a diferentes fatores. Entre eles, o investimento nas áreas agrícolas industriais e a profissionalização e especialização dos produtores de amendoim, que, segundo a companhia, investiram no aprimoramento nos fatores de produção, como sementes mais eficientes e produtivas, e melhorias nas práticas agrícolas.
“A gente pode considerar a questão do investimento no serviço de operação de pós-colheita, como a secagem e armazenamento, que propiciam um produto de melhor qualidade. E também a incorporação da cultura como opção na renovação dos canaviais, pois o amendoim contribui para conservação e recuperação do solo, fixação do nitrogênio e controle de pragas”, explica a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.
“Estamos acompanhando um movimento muito positivo no setor de amendoim. Isso porque, em 2021, tivemos crescimento de 8% na produção nacional do amendoim in natura em relação ao ano anterior”, destaca Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (ABICAB).
Projeções para o setor
O Brasil exporta a maior parte do amendoim produzido. Cerca de 70% vai para outros países, como Holanda, Polônia, Rússia, Colômbia e África do Sul. Nos últimos oito anos, o país quase dobrou o número de destinos do grão aqui produzido: passou de 56 para 100.
“Com a melhoria dos sistemas produtivos, a tendência é de ampliação de mais mercados e volumes exportados para esses países. A profissionalização cada vez maior do setor permite corrigir gargalos que impediam melhor competição do produto brasileiro”, avalia Candice Romero Santos.
Santos projeta ainda que há perspectiva de crescimento do mercado interno brasileiro. “Também existe espaço para melhoria da demanda interna, que está na ordem de aproximadamente 1,1 quilo por habitante por ano. A gente pode tomar como referência o consumo per capita na China, que é de 12,8 habitante/ano, e a média mundial é um pouco menor, de 6 quilo habitante/ano”, conclui.
Sobre o consumo interno, Fonseca também acredita que há espaço para crescimento. “Em relação às exportações, o setor registrou receita de cerca de US$ 161 milhões no primeiro semestre de 2022. Em adição à versatilidade para a saúde, considerando o consumo doméstico de amendoim em 2021, é possível inferir que há crescimento da demanda no Brasil”, diz.