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Nova alíquota de IOF no VGBL pode desestimular investidores de alta renda, alerta IBA

Giancarlo Giacomini Germany, presidente do IBA / Foto: William Anthony / Universo do Seguro
Giancarlo Giacomini Germany, presidente do IBA / Foto: William Anthony / Universo do Seguro

Uma nova alíquota de 5% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aportes mensais acima de R$ 50 mil em planos de VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), implementada por decreto federal, pode desestimular investidores de alta renda e exige uma reavaliação estratégica do setor de previdência privada no Brasil. A análise, divulgada pelo Comitê Técnico de Previdência do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA) em seu estudo “A Perspectiva Atuarial: Cenários e Adaptações”, aponta para a necessidade de ajustes nas projeções de fluxo de caixa e premissas de crescimento.

“Nossa expertise atuarial será fundamental para as seguradoras e instituições financeiras ajustarem suas estratégias. Será preciso revisar as projeções de captação, adaptar as tábuas atuariais para o novo perfil de investidores e, principalmente, inovar na oferta de produtos que continuem a atender às diferentes necessidades de planejamento financeiro de longo prazo dos brasileiros. O IBA está à disposição para colaborar com o governo e com o mercado na busca por soluções que garantam a solidez e o crescimento sustentável da previdência privada no Brasil”, declarou o presidente do IBA, Giancarlo Germany.

O IBA acompanha de perto as mudanças regulatórias que impactam o setor de previdência. A nova alíquota de IOF sobre aportes em VGBL, justificada como medida para coibir a evasão fiscal e reforçar o caráter previdenciário do produto, exige uma análise aprofundada e uma reconfiguração estratégica por parte do mercado. Além disso, a tributação pode desestimular o planejamento previdenciário de longo prazo, essencial diante do envelhecimento da população e da crescente necessidade de segurança financeira na aposentadoria.

Perspectiva atuarial: cenários e adaptações

A análise atuarial do IBA aponta implicações significativas para a previdência privada, como a tributação sobre grandes aportes pode desestimular investidores de alta renda a realizarem contribuições elevadas em planos VGBL, exigindo ajustes nas projeções de fluxo de caixa e nas premissas de crescimento do setor. Com a possível saída de investidores que utilizavam o VGBL para investimentos de curto prazo, o perfil dos participantes tende a se concentrar em indivíduos focados na previdência de longo prazo. Essa transição exigirá uma reavaliação das premissas atuariais ligadas à longevidade, liquidez e gestão de ativos, além da adequação das tábuas de mortalidade e morbidade.

Diante desse novo cenário, instituições financeiras e seguradoras precisam revisar suas ofertas e estratégias de captação. O IBA ressalta a importância de análises atuariais rigorosas para o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades dos investidores de alta renda, seja por meio de novos instrumentos financeiros ou da adaptação dos planos existentes para garantir maior atratividade e competitividade no contexto tributário. Isso inclui a avaliação de novos produtos e a revisão das condições de capitalização e rentabilidade das opções já disponíveis.

As instituições financeiras e seguradoras precisam revisar seus produtos e estratégias de captação para se adequarem ao novo cenário tributário. O IBA enfatiza a importância de análises atuariais rigorosas na busca por alternativas que atendam às necessidades dos investidores de alta renda, seja por meio de novos instrumentos financeiros ou da adaptação dos planos existentes para manter sua atratividade.

Além disso, a nova tributação pode levar investidores de alta renda a migrarem seus recursos para o exterior, em busca de estruturas mais vantajosas do ponto de vista fiscal. Esse movimento, caso se intensifique, pode impactar negativamente o mercado nacional, reduzindo a captação de recursos para a previdência privada e limitando o desenvolvimento de soluções financeiras que sustentem o planejamento de longo prazo no Brasil. Para mitigar esse efeito, é essencial que o setor financeiro desenvolva produtos mais competitivos, conciliando rentabilidade, eficiência tributária e incentivo à manutenção dos investimentos no país.

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