Nova Futura Investimentos analisa agenda econômica da semana

Nova Futura Investimentos analisa agenda econômica da semana / Foto: MayoFi / Pexels
Nova Futura Investimentos analisa agenda econômica da semana / Foto: MayoFi / Pexels

Por Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos

Resumo dos mercados (às 6h):

  • S&P 500 Futuro: -0,51%.
  • Stoxx 50: -0,46%.
  • Nikkei 225: -0,42%.
  • Shanghai Composite: -0,75%.
  • Treasury 10 anos: queda em 3,653%.
  • DXY: -0,38% em 105,66.
  • Minério de Ferro (Singapura): -0,91% a US$ 98,25.
  • Petróleo (Brent): -3,17% em US$ 81,12 o barril.

Em semana de agenda econômica cheia, com destaque para payroll e PIBs de Brasil e EUA, a piora na situação da Covid na China, com protestos em várias cidades ontem, leva à aversão ao risco nos mercados, com bolsas e commodities caindo, com o petróleo caindo em torno de 3%, com o Brent próximo dos US$ 80. A busca por segurança leva quedas nos juros, enquanto dólar tem sessão mista. Por aqui, a falta de sinalização sobre o andamento da PEC da Transição e a recusa de Pérsio Arida de que tenha intenção ministerial, além da aversão a risco global, devem resultar um viés negativo ao Ibovespa. Na curva de juros, as revisões altistas no Focus e o risco fiscal devem levar a viés altista para a curva. No câmbio, a piora nos termos de troca e a busca por proteção devem resultar em viés altista no dólar.

Ásia: o novo recorde de casos (40.347) de Covid-19 na China e os protestos generalizados contra a política de Covid zero ontem levou a dia negativo para as bolsas, com Hong Kong liderando as perdas. Na Austrália, vendas no varejo abaixo do consenso (exp 0,5%), caindo 0,2% (12,5% a/a) em out/22. Na China, o PBoC cortou a taxa de compulsórios em 0,25%, de 11,25% para 11,0%, a partir de 5/dez, o que deve liberar cerca de $70 bi. Hoje, Japão divulga taxa de desemprego (out/22) às 20h30 e vendas no varejo (out/22) às 20h50.

Europa: o clima de aversão a risco na Ásia contribui para uma abertura negativa das bolsas, com as petroleiras liderando as perdas. De Cos (BCE) fala às 6h30, McCaul (BCE) às 8h25, Lagarde (BCE) às 11h e Nagel (Buba) às 14h10.

EUA: com o retorno às negociações após 2 dias de liquidez reduzida, futuros recuam, em meio ao clima de aversão a risco global. O Departamento de Estado autorizou a Chevron a retomar as operações de extração de petróleo na Venezuela. Na agenda, índice industrial do Fed Dallas (nov/22) às 12h30 e Tesouro realiza leilão de T-Bills (3 e 6 meses) às 13h30. Bullard (Fed St. Louis) e Williams (Fed NY) falam às 14h.

Brasil: a apreensão com o rumo da política fiscal local, após Haddad oferecer poucas pistas sobre a evolução da PEC da Transição, pesou no Ibovespa, que fechou em 108.976 pontos (-2,55%), com o índice devolvendo a alta de quinta. Na semana, Ibovespa praticamente estável (0,10%). Em dia de alta global da moeda americana, a o risco fiscal pesou no câmbio, com o dólar fechando em R$5,41 (1,78%). Na semana, o dólar avançou 0,74%. A falta de sinalização de como será financiada a PEC da Transição levou a dia de alta na curva de DI futuro, em torno de 20 pontos. Na semana, a curva subiu entre 5 e 15 pontos.

A conta corrente teve déficit de $4,6 bi (exp $4,5 bi) em out/22, com aumento do déficit na balança de serviços devido à conta de transportes, com o déficit acumulando $60,3 bi (-3,4% do PIB) nos últimos 12 meses. Os investimentos diretos estrangeiros somaram $5,5 bi (exp $6,7 bi), acumulando $73,8 bi (4,1% do PIB) em 12 meses. A dívida pública subiu para R$5,78 tri (1,0% a/a real) em out/22, atingindo 61,9% do PIB. O prazo médio ficou estável em 4,0 anos, com o custo médio caindo para 10% a.a. As incertezas com relação à política econômica do próximo governo e o desaquecimento da demanda levaram o índice de confiança do setor imobiliário da FGV cair de 100,9 para 95,6 pontos (0,3% a/a) em nov/22. Com mão-de-obra pressionado, o INCC subiu de 0,04% para 0,14% (exp 0,20%) em nov/22, com a taxa em 12 meses caindo de 10,1% para 9,4%, mínima desde fev/21. A Aneel afirmou que a tarifa de energia elétrica deve subir, em média, 5,6% em 2023.

Jereissati (PSDB-CE) protocolou no Senado uma PEC que amplia em R$ 80 bi o limite do teto de gastos em 2023 e já recebeu 20 assinaturas, sendo 27 necessárias para tramitação. Na Febraban, Haddad afirmou que Lula deu ‘determinação clara’ de que a prioridade em 2023 é a reforma tributária, destacando que será necessário reconfigurar o orçamento público. Haddad destacou que Lula buscará uma ‘agenda séria’ com o setor bancário, com o objetivo de baratear o crédito. À Folha de S.Paulo, Persio Arida afirmou que não tem intenção de ter cargos no governo. Hoje, sondagem da indústria da FGV (nov/22) às 8h e boletim Focus (25/nov) às 8h25.

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