Confira resumo elaborado por Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos
Resumo dos mercados (às 6h):
- S&P 500 Futuro: -0,16%.
- Stoxx 50: -0,43%.
- Nikkei 225: -2,46%.
- Shanghai Composite: -1,07%.
- Treasury 10 anos: alta em 3,662%.
- DXY: -0,66% em 103,97.
- Minério de Ferro (Singapura): 1,35% a US$ 109,20.
- Petróleo (Brent): -0,44% em US$ 79,71 o barril.
A decisão do BoJ (Banco do Japão) de alargar a banda de flutuação dos juros dos JGBs levou a forte stop no mercado em Tóquio, com a elevação no custo de financiamento em Yen levando à alta nas taxas de juros internacionais, resultando em nova queda para as bolsas, com os índices dos EUA caminhando para a 5ª queda seguida. Nas moedas, Yen salta, descolando do dia de ganhos para o dólar, enquanto as commodities operam sem direção única. Por aqui, o dia deve ser pautado pelas negociações da PEC da Transição e possíveis novos nomes para a equipe técnica do Ministério da Economia. Apesar do menor risco fiscal percebido pelos investidores, o clima global sugere um viés mais negativo para o Ibovespa, apesar da alta no minério de ferro, com a alta dos juros no exterior pressionando a curva local, em dia de leilão do TN, o que deve pesar sobre as ações cíclicas locais. No câmbio, a dinâmica global sugere dia altista para o dólar.
Ásia: o BoJ mais hawkish que o esperado e as perdas em NY ontem levaram a dia negativo, com o Nikkei liderando as perdas. Na China, o PBoC manteve as taxas de juros em 3,65% (1 ano) e em 4,30% (5 anos). No Japão, o BoJ manteve a taxa básica de juros em -0,10% (exp -0,10%), mas elevou o teto de juros nos JGBs de 0,25% para 0,50%, gerando um crash na bolsa japonesa e forte apreciação no Yen, apesar da promessa de Kuroda de que o BoJ não subirá os juros.
Europa: bolsas caem, em conjunto com os índices asiáticos, apesar do PPI alemão abaixo do esperado, com as ações de tecnologia liderando as perdas. Na zona do Euro, volume de construção subiu 1,3% acima do consenso (exp 0%), com alta de 2,2% (1,0% a/a) em out/22. Na Alemanha, o PPI recuou 3,9% (exp -2,5%) em nov/22, com o acumulado em 12 meses caindo de 34,5% para 28,2%. O índice Ifo de confiança industrial subiu de 86,4 para 88,6 pontos (exp 87,4) em dez/22. Kazimir (BCE) disse que os juros não só precisam entrar em terreno restritivo, mas ficar por tempo prolongado. Nagel (Buba) afirmou que o BCE está longe de cumprir o objetivo de inflação e que a persistência da inflação exigirá a mesma persistência do BCE em manter os juros elevados. Na agenda, decisão de juros do MNB às 10h e confiança do consumidor da zona do Euro (dez/22) às 12h.
EUA: penalizados pelo clima global negativo e a alta nos juros das Treasuries, futuros operam em baixa, caminhando para a 5ª queda seguida, com o S&P 500 consolidando abaixo da média de 50 dias. O índice de confiança do setor imobiliário da NAHB recuou de 33 para 31 pontos (exp 34) em dez/22. Na agenda, licenças de construção (nov/22) e construção de novos imóveis (nov/22) às 10h30.
Brasil: em meio a interpretações otimistas sobre a decisão de Gilmar Mendes e a posição fiscal de 2023, o mercado local deslocou do externo e teve dia positivo, com o Ibovespa fechando aos 104.739 pontos (1,83%), com ações cíclicas liderando as altas à taxa de juros liderando as perdas, especialmente as varejistas, com Via Varejo e Americanos subindo mais de 2 dígitos. Em dia misto para a moeda americana, o Real ficou praticamente estável, com o dólar terminando aos R$ 5,31 (0,28%). Apesar das altas nas projeções de IPCA e taxa Selic no Focus, a descompressão no risco fiscal beneficiou a curva de DI futuro, com as taxas caindo cerca de 5 pontos.
O IGP-M avançou de 0,35% para 0,77% (-0,55% em nov/22) na segunda prévia de dez/22, com a taxa em 12 meses caindo de 5,90% para 5,79%. O IPA saltou de -0,90% para 0,90% (5,70% a/a), o IPC desacelerou de 0,54% para 0,42% (4,28% a/a) e o INCC avançou de 0,17% para 0,38% (9,53% a/a). Relatório Focus (16/dez) com as seguintes mudanças: IPCA, caiu de 5,79% para 5,76% (2022), alta de 5,08% para 5,17% (2023) e seguiu em 3,50% (2024). No PIB, estável em 3,05% (2022), alta de 0,75% para 0,79% (2023) e queda de 1,70% para 1,67% (2024). Na Selic, estável em 11,75% (2023) e alta de 8,50% para 9,00% (2024). A balança comercial teve superávit de $0,2 bi na última semana, com exportações de $6,2 bi (16,4% a/a) e importações de $6,0 bi (34,2% a/a). No ano, o superávit é de $60,0 bi ($61,4 bi em 2021). Haddad (Economia) afirmou que a PEC da Transição segue como plano A do novo governo, apesar da decisão de Gilmar Mendes. Por 6 votos a 5, o STF declarou inconstitucionais as emendas RP9. Na agenda, leilão do TN (LFT e NTN-B) às 11h30.