Novembro Azul: mais diálogo, menos tabu

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Foto:Zac Durant no Unsplash

Confira artigo do Dr. Rodrigo Coutinho, médico oncologista da Croma Oncologia, rede de saúde especializada que apresenta um modelo inédito de gestão da jornada oncológica

O movimento Novembro Azul, iniciado em 2003 na Austrália, ganhou força no Brasil como um chamado à prevenção e ao diagnóstico precoce das doenças que mais afetam os homens, principalmente o câncer de próstata. Apesar de ser a segunda principal causa de morte por câncer entre homens, a doença ainda enfrenta barreiras culturais que atrasam a detecção e comprometem o tratamento.

No Brasil, o câncer de próstata é um dos principais desafios da saúde masculina. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), são registrados cerca de 71 mil novos casos a cada ano, com quase 16 mil mortes. O risco aumenta a partir dos 50 anos, mas certos grupos precisam ficar ainda mais atentos. Homens com ascendência africana, histórico familiar ou mutações genéticas de risco devem começar a conversar com o médico sobre exames preventivos a partir dos 45 anos. Embora casos em homens mais jovens sejam raros, fatores como obesidade, tabagismo e sedentarismo também podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença. Ainda assim, preconceito e falta de informação levam muitos a adiar consultas e subestimar a importância da detecção precoce.

Detectar o câncer de próstata precocemente depende de exames simples e rápidos. O PSA é um exame de sangue que mede uma proteína que pode indicar alterações na glândula. Já o toque retal permite avaliar o tamanho e a textura da próstata, e dura apenas cerca de sete segundos. Diferentemente de outros exames preventivos, não há recomendação para rastreamento universal; a decisão sobre realizá-los deve ser compartilhada entre o paciente e o médico, considerando riscos, benefícios e a situação individual.

Na maioria dos casos, especialmente nos estágios iniciais, o câncer de próstata não provoca sintomas perceptíveis. Quando surgem, podem incluir dificuldade para urinar, jato fraco ou necessidade frequente de ir ao banheiro. Em fases avançadas, sinais de alerta incluem dor óssea persistente, perda de peso ou sangue na urina.

O tratamento varia conforme o estágio da doença. Casos iniciais podem adotar a vigilância ativa, acompanhando o tumor com exames regulares antes de intervenções mais invasivas. Quando necessário, o tratamento inclui cirurgia, radioterapia ou hormonioterapia, e técnicas minimamente invasivas, como a robótica, reduzem complicações e aceleram a recuperação. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores os impactos na qualidade de vida.

A prevenção também depende de hábitos saudáveis. Manter o peso adequado, praticar atividade física, alimentar-se de forma equilibrada e não fumar contribui para reduzir os riscos. Observar os sinais do corpo e buscar avaliação médica sem demora é essencial.

O Novembro Azul vai além de uma campanha anual. Ele é um convite para transformar a percepção sobre a saúde masculina, quebrar tabus e incentivar o homem a assumir o protagonismo do próprio cuidado, com atenção integral e baseada em informação.

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