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Novo mandato de Trump: O que esperar da presidência dos EUA?

Taxa de Juros nos EUA é mantida entre 5,25% e 5,50%/ Foto: Unsplash
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Gustavo Ferraz, especialista em investimentos da WIT Invest, compartilha expetativas sobre a nova gestão

O retorno de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos levanta uma série de expectativas sobre as direções que sua administração tomará em áreas como economia, política externa e relações comerciais. Especialistas analisam os impactos que as políticas do novo mandato podem ter nos mercados globais, no dólar e nas relações bilaterais com o Brasil.

Política econômica: O retorno ao passado?

As políticas econômicas de Trump neste novo mandato devem refletir grande parte das iniciativas adotadas anteriormente, como cortes de impostos, redução de regulamentações e incentivo à produção de energia doméstica. “Ele deve repetir as políticas protecionistas, focando na expansão econômica e no fortalecimento do mercado interno”, comenta Gustavo Ferraz, especialista em investimentos da WIT Invest.

Além disso, investimentos em infraestrutura e uma possível reforma no sistema de saúde prometem estimular o crescimento econômico no curto prazo, mas podem gerar pressões fiscais significativas a longo prazo. “A redução de impostos e o aumento nos gastos públicos podem impulsionar o consumo e a inovação, mas isso também cria o risco de aumento do déficit fiscal”, avalia Ferraz.

Mercados financeiros: Volatilidade em alta

A posse de Trump já provoca movimentos significativos nos mercados financeiros. “Estamos vendo muita volatilidade, especialmente nos mercados emergentes, como o Brasil, que têm sofrido com um dólar mais forte e possíveis políticas regulatórias”, afirma Ferraz. Apesar do otimismo em alguns setores da economia americana, o cenário geral ainda reflete desafios, como o crescimento econômico estagnado.

O fortalecimento do dólar, uma característica esperada da política fiscal de Trump, também gera impacto nos fluxos de capital. “Com o dólar mais forte, há uma fuga de capitais dos mercados emergentes para os Estados Unidos, o que enfraquece ainda mais as moedas locais”, explica.

Relações EUA-Brasil: Cooperação ou conflito?

A relação entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva será marcada por diferenças ideológicas, especialmente em áreas como meio ambiente e comércio internacional. No entanto, há espaço para cooperação. “Ambos têm uma postura pragmática em suas agendas econômicas, o que pode resultar em colaborações específicas, como em comércio e investimentos”, pontua Ferraz.

O Brasil pode adotar uma abordagem estratégica, explorando oportunidades em setores como energia, agricultura e infraestrutura, enquanto tenta minimizar os desafios relacionados às políticas ambientais e de imigração dos EUA.

Federal Reserve no Centro das Tensões

A relação de Trump com o Federal Reserve promete ser uma área de tensão. “É provável que ele pressione por taxas de juros mais baixas para estimular o crescimento econômico, enquanto o FED pode agir com mais cautela, preocupado com questões fiscais e inflacionárias”, diz Ferraz.

Desafios e oportunidades para a América Latina

As políticas protecionistas de Trump representam um desafio significativo para o comércio com a América Latina. “Ao mesmo tempo em que podem surgir oportunidades em áreas como infraestrutura e energia, as restrições comerciais e a postura agressiva dos EUA criam incertezas para a região”, alerta Ferraz.

Cenário geopolítico: O Canal do Panamá e a Groenlândia

Trump tem demonstrado interesse em ativos estratégicos como o Canal do Panamá e a Groenlândia, o que levanta preocupações geopolíticas. “Qualquer tentativa de força para controlar esses territórios seria desastrosa para a diplomacia e estabilidade global”, analisa Ferraz. Esses locais são vitais para a segurança nacional e a economia americana, devido às suas rotas comerciais e acesso a recursos naturais.

Estratégias para investidores

Os investidores globais precisam estar atentos às possíveis mudanças econômicas sob Trump. “Diversificar o portfólio, proteger-se contra a volatilidade e investir em setores-chave como energia, tecnologia e infraestrutura serão estratégias essenciais”, conclui Ferraz.

O novo mandato de Donald Trump traz uma combinação de oportunidades e desafios. À medida que suas políticas começam a ser implementadas, o mundo acompanhará de perto os impactos que elas trarão para a economia global, os mercados financeiros e as relações bilaterais.

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