Confira entrevista com a Dra. Gabriella Braga, psicóloga da Rede Meu Doutor Novamed
A prática esportiva está entre os hábitos que promovem bem-estar entre os atletas, sejam eles amadores ou profissionais. Até as modalidades de menor intensidade, já são comprovadas cientificamente como benéficas, segundo estudos da Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, de abril deste ano. Mesmo os que lidam com a pressão por melhores resultados, têm na terapia o caminho para fortalecer a segurança em si mesmo e conquistar suas vitórias.
É o que confirma a Dra. Gabriella Braga, psicóloga da Rede Meu Doutor Novamed, na entrevista abaixo.
Quais os benefícios da prática esportiva para a saúde mental? De que forma a introdução do esporte à rotina pode contribuir para a autoestima e para a melhoria as nossas emoções?
A atividade física é um regulador emocional natural. A prática regular de atividades, faz com que nosso cérebro produza neurotransmissores e hormônios importantes como serotonina, endorfina e dopamina. Com isso, além de promover a sensação de bem-estar, ajuda a inibir o estresse e a irritação, melhorando autoestima e consequentemente relações, trazendo mais qualidade de vida.
Quais são as diferenças nos efeitos positivos entre os esportes individuais e os esportes coletivos para a saúde emocional? Quais aspectos devemos levar em consideração ao escolher uma atividade esportiva, quando estamos visando a melhoria também da saúde emocional?
Ambas as modalidades são importantes e qualitativas. A diferença é que nos esportes coletivos, você pode ter um aditivo da manutenção e construção de relações interpessoais, criando vínculos, suporte, motivação entre os participantes. Como somos seres sociáveis, cuidar das relações pessoais também é fundamental para nossa saúde mental. A atividade física, é sem dúvidas, um dos principais modos de promovermos a ativação comportamental, estratégia fundamental no tratamento de depressões e transtornos de ansiedade.
Como tratar a saúde mental entre esportistas?
O primeiro passo começa na disseminação das informações sobre psicologia e a terapia, normalizando essa pauta no contexto e ambiente do esporte. Precisamos associar sempre a busca pela ajuda psicológica como algo positivo, fortalecedor e potencializador de habilidades e recursos. Não somente como algo a reparar. Mesmo que, na maioria das vezes, a terapia tenha essa função também.
Além disto, a terapia ajuda na flexibilidade psicológica, sendo uma ferramenta importante de desenvolvimento pessoal e emocional. Ela visa reduzir crenças disfuncionais que podem impactar no comportamento do atleta. A terapia permite a aplicação de estratégias de relaxamento para ansiedade, hiper vigilância, manejo e psicoeducação das emoções e das reações fisiológicas associadas. Como, por exemplo, controlar sintomas que fazem com que a pessoa pense que está morrendo ou tendo um ataque de pânico. A terapia também auxilia no gerenciamento de expectativas, na organização da rotina e no planejamento de atividades flexíveis, para além do esporte.
A rede de apoio é outro fator muito importante para garantir o desenvolvimento físico, técnico e tático dos atletas.
Quais são os sintomas mais comuns dos atletas no que diz respeito à saúde mental?
Podemos pensar primeiramente na tensão que um atleta pode enfrentar visando resultados e conquistas. Além disso, muitas vezes, o processo de preparação envolve renúncias, treinos de alto impacto, entre outras questões subjetivas. Com isso, é comum percebermos sintomas de irritabilidade, ansiedade, o humor pode ficar deprimido, isolamento social e compulsões. Tudo isso, se não cuidado ou manejado, pode, consequentemente, prejudicar o desempenho e a saúde do atleta.