Conforme dados do IBGE, cerca de 60% das empresas morrem nos cinco primeiros anos, destaca Angélica Rebello, Gestora de Projetos e Estrategista de Negócios
É mais frequente do que imaginamos que os empreendimentos deem errado já nos primeiros anos. Conforme dados do IBGE, cerca de 60% das empresas morrem nos cinco primeiros anos. Isso é um alerta que evidencia a nossa falta de preparo e o quanto somos influenciados pelas emoções ao abrir um negócio.
A falta de planejamento é o principal fator que contribui para a alta mortalidade empresarial. No Brasil, muitas empresas se estabelecem sem um plano estruturado, e onde não há um plano, não existe orientação, já que não conseguimos gerenciar o que não conhecemos. Portanto, planejar não é uma opção, mas uma necessidade.
Falo por experiência própria, pois enfrentei o fracasso de um empreendimento. Naquela época, optei por iniciar minha jornada com uma franquia de varejo de moda feminina, acreditando que teria mais segurança devido à minha carreira de 12 anos no mundo corporativo. Por mais que eu tenha ocupado cargos gerenciais, abrir e gerir uma empresa demanda habilidades bem diferentes.
Esse período foi o pior momento da minha carreira, iniciando com uma escolha infeliz da franquia, que apresentou problemas financeiros em poucos anos. O rompimento desse contrato resultou em uma mudança no modelo de negócios, uma decisão mal planejada e precipitada que desencadeou uma série de outros erros, tornando a operação insustentável.
Quando o barco está afundando, o empreendedor tem duas alternativas: ficar passivo ou tomar ações proativas. Decidi permanecer no jogo, mesmo que o negócio fosse outro.
Pensar dessa maneira me levou a deixar de apenas reagir ao que estava acontecendo para começar a agir de maneira consciente. A primeira medida foi aterrissar na realidade e superar o amadorismo tomando a decisão mais dolorosa: Encerrar o empreendimento. Uma decisão que, embora pareça óbvia, não é. Muitos empreendedores mantêm a esperança de um milagre que possa reverter a situação e arrastam a operação por medo de enfrentar a queda, eu entendo o motivo por trás desse receio.
Em nossa sociedade, enfrentamos uma cultura hostil em relação ao fracasso, no qual o insucesso do negócio resulta na perda de credibilidade de quem estava à frente dele. Por outro lado, em ecossistemas de empreendedorismo mais maduros, o fracasso é considerado parte do processo de aprendizado. No entanto, há um momento em que desistir se torna necessário para evitar o que Nassim Taleb chama de “risco da ruína”. Às vezes, é preciso perder para ganhar!
O primeiro passo fundamental é aprender com os erros
Assim, antes de redefinir a rota, compilei um documento contendo todas as lições, experiências, sentimentos, decisões e as habilidades e competências que faltaram. Um empreendedor deve estar atento às lições em tempo real, pois, se desejar continuar, precisará de todas elas.
Quando falamos em superação, as pessoas frequentemente esperam histórias extraordinárias. No entanto, esse simples e poderoso documento foi a base da minha. Ter clareza sobre tudo o que ocorreu me proporcionou direção e me fez enxergar uma oportunidade que estava ao meu alcance naquele momento, através de um modelo de prestação de serviços.
Os resultados começaram a surgir e a crescer progressivamente, à medida que ampliava o escopo das minhas entregas e aprimorava as minhas habilidades como gestora e empreendedora. Outras oportunidades surgiram e impulsionaram meus resultados, levando ao momento de estabelecer uma nova empresa dedicada à gestão de projetos e estratégias de negócios. Esse novo posicionamento combina duas décadas de experiência com a missão de orientar empresas a evitar erros amadores e comemorar projetos bem-sucedidos junto delas.
Embora seja impossível não cometer erros, é possível planejar e se preparar para evitar erros fatais, para isso, é necessário se adaptar e se movimentar rapidamente diante de sinais de ameaça.
Siga o caminho rumo ao sucesso
O empreendedor não pode ser ingênuo nem passivo diante das influências e pressões externas. Desde o início, diversas pessoas buscarão convencê-lo a adotar suas idéias, por isso, cabe ao empreendedor ser perspicaz, observador e extremamente estratégico para evitar decisões impulsivas e emocionais.
Além disso, busque apoio e orientação desde o início e estabeleça contatos com outros empresários da mesma área.
Assuma o papel de vendedor e influenciador de seu próprio negócio, abandonando a ideia de “sou o CEO e os outros são meus vendedores”. Estamos na era da influência e do digital, portanto, explore ao máximo os canais disponíveis para promover sua empresa, sem arrogância.
Aprenda a se adaptar. Não há problema em ajustar sua estratégia conforme as circunstâncias mudam. O mercado e as tendências estão em constante evolução, e a adaptabilidade é essencial.
Lembre-se: Resultado cura! Persiga-os diariamente.