O paradoxo brasileiro da Saúde Bucal: muitos Dentistas, pouco acesso

Dr. Roberto Seme Cury, presidente da SINOG/ Foto: Divulgação
Dr. Roberto Seme Cury, presidente da SINOG/ Foto: Divulgação

Confira artigo do Dr. Roberto Seme Cury, Presidente da SINOG – Associação Brasileira de Planos Odontológicos

O Brasil é reconhecido mundialmente como o país com o maior número de Dentistas em atividade, além de determos três das melhores universidades de Odontologia. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), já passamos da marca de 400 mil Profissionais registrados. Ainda assim, quando olhamos para os indicadores de Saúde Bucal da população, o retrato é alarmante.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, do IBGE, mostra que mais de 34 milhões de brasileiros adultos perderam 13 dentes ou mais, e cerca de 14 milhões perderam todos os dentes. Esses dados reforçam a urgência do tema: a falta de Higiene Bucal adequada pode causar doenças que comprometem não somente a boca, mas todo o organismo, já que ela é porta de entrada para bactérias e vírus.

Como explicar que um país com tantos Profissionais disponíveis ainda conviva com tamanha exclusão no acesso a cuidados Odontológicos? A resposta está nas desigualdades históricas que marcam o sistema de Saúde brasileiro.

De um lado, temos uma formação de excelência, clínicas privadas altamente capacitadas e tecnologias de ponta. De outro, grande parte da população depende exclusivamente do SUS (Sistema Único de Saúde), que enfrenta limitações estruturais e orçamentárias para atender a uma demanda gigantesca. O resultado é um acesso restrito e tardio, geralmente voltado a procedimentos emergenciais, e não à Prevenção.

É nesse cenário que a Odontologia Suplementar surge como um caminho viável para transformar a realidade da Saúde Bucal no Brasil. O crescimento dos Planos Odontológicos — que hoje já ultrapassam 34 milhões de Beneficiários, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) — amplia o acesso, democratiza serviços de qualidade e contribui diretamente para reduzir desigualdades.

Ao contrário do que muitos pensam, o custo de um Plano Odontológico é acessível, em média R$ 20 por mês, e tem se mostrado um investimento cada vez mais valorizado pelas famílias e Empresas. Além disso, Operadoras do Setor vêm apostando em modelos baseados em Prevenção, Tecnologia e Educação em Saúde, o que gera impacto positivo tanto na vida dos Pacientes quanto na sustentabilidade do sistema como um todo.

O desafio agora é avançar nessa agenda, consolidando a Odontologia Suplementar como um pilar essencial do ecossistema de Saúde. Isso exige diálogo permanente com Reguladores, incentivo à inovação e políticas públicas que reconheçam o valor social dos Planos Odontológicos.

O Brasil precisa superar o paradoxo da Saúde Bucal. Temos Profissionais capacitados, tecnologia disponível e uma rede Suplementar em franca expansão. Falta, sobretudo, garantir que esse potencial se traduza em mais acesso, mais Prevenção e mais qualidade de vida para milhões de brasileiros.

A boa notícia é que já estamos no caminho certo.

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