Confira artigo de Fernanda Ronchi, professora de Oncologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e responsável técnica do serviço de Oncologia Clínica e do Centro de Pesquisas do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM)
Assim como ocorre nos períodos do diagnóstico e tratamento, o pós-tratamento do câncer também é cercado de termos que podem gerar dúvidas nos pacientes. Pensando nisso, eu trago neste artigo os significados e mais informações sobre os termos: seguimento, cura, recidiva e metástase.
Seguimento
Todos os pacientes que trataram um câncer precisam passar pela fase de seguimento. Ela consiste em consultas médicas regulares e realização de exames laboratoriais e de imagem, com o objetivo de detectar possíveis retornos da doença.
O período pelo qual cada pessoa deve permanecer em acompanhamento, até que tenha alta, varia conforme alguns fatores, que são avaliados pelo oncologista.
Cura e remissão
A cura significa que não há mais vestígios do câncer após o tratamento. Já a remissão indica que os sintomas da doença estão reduzidos ou ausentes. Esta pode ser parcial ou completa, quando todos os sinais desaparecem.
Geralmente, um paciente que permanece em remissão completa por cinco anos ou mais é considerado curado.
No entanto, é importante ressaltar que algumas células cancerígenas podem permanecer no corpo por muitos anos após o tratamento e, por menor que seja, continua existindo o risco de retorno da neoplasia.
Recidiva
A recidiva ocorre quando o câncer retorna após um período de remissão. Os tumores podem reaparecer no mesmo local de origem ou em uma parte diferente do corpo.
Não tem como prever se determinado tipo de neoplasia retornará ou não. O que sabemos é que, quando um tumor é diagnosticado e tratado precocemente, as chances de recidivas são reduzidas. Por isso a importância dos exames periódicos.
Metástase
Já a metástase à distância se dá quando há um retorno da doença para outras partes do corpo, além da original. Ou seja, as células cancerígenas se separaram do tumor primário e conseguiram viajar através do sistema linfático ou da corrente sanguínea para se estabelecer em outros órgãos ou tecidos.
Por exemplo, se alguém foi tratado de um câncer de pulmão e, posteriormente, desenvolveu câncer no fígado, isso poderia ser considerado uma metástase do tumor pulmonar, caso os exames apontassem as mesmas características.
Recidiva e metástase são dois cenários considerados preocupantes, mas a metástase é geralmente mais grave, pois indica que a neoplasia está se espalhando.
O período pós-tratamento do câncer é tão importante quanto as fases de diagnóstico e tratamento. Conhecer os termos e compreender o significado de cada um deles pode ajudar os pacientes a lidarem melhor com a situação, além de facilitar o diálogo com a equipe médica.