Volume é o segundo maior da série histórica para o período, segundo dados da ANBIMA
As ofertas no mercado de capitais atingiram R$ 328,4 bilhões no primeiro semestre, o segundo maior volume para esse período na série histórica, com redução de 4,6% na comparação com o mesmo intervalo no ano passado, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Junho registrou a maior captação mensal deste ano (R$ 81,9 bilhões), com aumento de 19,1% ante igual mês em 2024.
“A renda fixa continua puxando o resultado e deve seguir assim no segundo semestre devido ao custo de oportunidade em um ambiente doméstico com taxa de juros em um patamar elevado e as incertezas no cenário internacional. Debêntures incentivadas, notas comerciais e FIDCs se destacaram nesta primeira metade do ano”, afirma Cesar Mindof, diretor da ANBIMA.
As emissões de debêntures somaram R$ 192,7 bilhões no primeiro semestre, com queda de 6,8% no confronto com o mesmo período em 2024 e com os recursos sendo direcionados principalmente para infraestrutura (38,5%). Os papéis com incentivo pela lei 12.431 representaram 39% do total captado com esse instrumento em 2025 e o volume contabilizado entre janeiro e junho (R$ 74,5 bilhões) chegou ao maior patamar semestral em toda a série histórica.
No mercado secundário, o volume negociado de debêntures com e sem benefício fiscal cresceu 22,6% e atingiu o valor recorde de R$ 410,1 bilhões. “Esse montante já representa mais do dobro do registrado no mercado primário e mostra a maturidade do instrumento, atraindo cada vez mais empresas e investidores e ampliando seu papel estratégico no financiamento de longo prazo”, destaca Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da ANBIMA.
As notas comerciais também chegaram a um volume inédito para os primeiros seis meses do ano, somando R$ 29,5 bilhões e com crescimento de 127,7% ante o mesmo período de 2024.
SECURITIZAÇÃO
Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) bateram recorde com R$ 40,6 bilhões em emissões, valor 8,9% superior ao do primeiro semestre do ano passado. O volume médio por operação de R$ 81,5 milhões, o menor entre os instrumentos, sinaliza que o produto é bastante usado por empresas de menor porte para captar recursos no mercado de capitais.
Já os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) totalizaram R$ 23,7 bilhões e os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) somaram R$ 14,2 bilhões no primeiro semestre, com redução de 28,9% e 26,9%, respectivamente.
MERCADO EXTERNO
As emissões de renda fixa no mercado externo atingiram US$ 17,2 bilhões nos primeiros seis meses do ano e registraram o maior volume para o período desde 2014, com as empresas captando a maior fatia (US$ 8,4 bilhões) desse montante. Na análise do perfil dos prazos, os papéis com vencimento de 6 a 10 anos responderam por 44,4% do total.
Confira todos os resultados no Boletim de Mercado de Capitais
Clique aqui e veja a apresentação divulgada na coletiva de imprensa
ANBIMA Data: transformando dados em decisões
Esses dados também podem ser encontrados no ANBIMA Data, nossa plataforma gratuita que concentra informações dos mercados financeiro e de capitais. Agilize suas análises e matérias com dados confiáveis e atualizados de títulos públicos e privados, fundos e índices em um só lugar.