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Os planos de João Kepler para tornar o Bossa Summit o maior evento de investidores da América Latina

Os planos de João Kepler para tornar o Bossa Summit o maior evento de investidores da América Latina / Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Segunda edição ocorre em 23 e 24 de março e tem o desafio de nacionalizar o evento, trazendo empreendedores e investidores de todos os estados do Brasil

Foi em 2019, no evento Business Angels Summit, em Lisboa, que João Kepler, CEO e fundador da Bossanova Investimentos, começou a desenhar os primeiros planos do que viria a ser o Bossa Summit, focado em conectar investidores, startups e corporações. “Chegavam até mim tanto empreendedores como investidores com dúvidas sobre como se relacionar entre si, e eu não via esse matchmaking sendo priorizado nos eventos do setor”, conta Kepler. Em Portugal, viu acontecer o chamado ‘pitch reverso’, no qual quem sobe ao palco para se apresentar são os investidores e não as startups. “É o empreendedor que escolhe o investidor, não ao contrário. É o que eu acredito”, diz.

O comum em eventos internacionais que participava, como os pioneiros TechCrunch, em São Francisco, e Web Summit, também em Lisboa, era a priorização completa do empreendedor. Agora, o objetivo era, então, falar sobre investimento e negócios. “O Bossa Summit é sobre dinheiro. Não competimos com outros eventos de startups no Brasil, porque o intuito sempre foi ser voltado à geração de negócios: fechar deals entre startups,  investidores e corporações”, afirma Kepler, completando que a missão continua a mesma nesta edição. Em contramão dos eventos lá fora, Kepler prioriza o calor humano para o Summit, que, pela magnitude tomada nos eventos de outros países, acredita ser mais difícil haver personalização de experiência. “Eles caem em uma padronização que aqui no Brasil não acontece”.

Dentro da Bossanova já havia ações focadas nesses públicos. O Clube do Equity, voltado a quem investe, a Rede Bossa, voltada a quem empreende, e o Bossa Corp, para conexão com grandes empresas. “Foi aí que pensei: por que não juntar todas as pontas? Queríamos algo que não só nós, como Bossanova, tivéssemos benefícios, e que ao mesmo tempo não tirasse a cara da empresa — para que a nossa imagem pública trouxesse mais pessoas. Por isso, o nome. Queríamos que nossos concorrentes, empreendedores e investidores se sentissem confortáveis em estar lá também”.

Porém, o que foi pensado inicialmente para começar pequeno, tomou grandes proporções. A primeira edição ocorreu em abril de 2022, reunindo 350 estandes, 4 mil participantes e mais de 60 VCs. Nomes como Thiago Nigro, fundador do Grupo Primo; Carol Paiffer, CEO da Atom, maior empresa de traders da América Latina; e Romero Rodrigues, co-fundador da Buscapé e investidor na americana Headline, passaram pelos palcos.

A presença de influenciadores entre as palestras não é por acaso e ela se mantém este ano. Essas figuras, além de já investirem com a Bossanova e inspirarem os participantes através do trabalho que fazem, furam a bolha do ecossistema de tecnologia. “Queremos trazer a nova economia para dentro e eles, como figura pública, aumentam o imaginário de quem tem interesse no setor, mas ainda não está dentro dele”, diz Kepler, garantindo ainda que todos os que sobem no palco do Summit investem ou já receberam investimento.

A  estratégia de speakers resulta em vendas para quem participa. Para Ana Plentz, COO da edtech 49 Educação, o investimento feio pela startup para contar com estande na primeira edição foi pago em dois meses pelas vendas feitas durante o evento. “O público estava muito bem qualificado, muita startup boa buscando processo de aceleração. Nós batemos a meta de vendas do mês e do ano. Eventos que são apenas para startups acabam não tendo esses negócios, é um enorme diferencial”, conta Plentz, que estará novamente na edição deste ano com a empresa.

Já para Magis5, a presença no Summit resultou em um investimento de R$ 10 milhões. O aporte foi liderado pela americana Parceiro Ventures, completando a rodada iniciada pela Urca Angels, Hangar8 e pela própria Bossanova. Segundo Caetano Mantovani, executivo e co-fundador da startup, a experiência mostrou a força das conexões dentro do ecossistema. “Haviam startups de áreas diferentes, que se ajudavam entre si, fazendo conexões. Foi assim que conhecemos a Parceiro. Não teríamos tido contato com o fundo se não fosse pelo evento”, diz Mantovani, que ainda passou a adotar o serviço de outras negócios que estavam no evento dentro da Magis5. “Os investidores que estavam lá eram equilibrados, de todos os tamanhos e de setores diferentes. Toda startup que for no Bossa Summit vai ser atendida”, completa.

De acordo com o CEO, agora, o maior desafio é nacionalizar o evento, fomentando negócios entre todos os estados do Brasil, e aumentar o impacto social da organização. “Muitas vezes, as startups e investidores de outros estados sentem que os eventos daqui não são para eles. Estamos em uma força tarefa para mostrar que é sim, que construímos tudo por eles, para eles e com eles”, confidencia. Nesta edição, o Sebrae Nacional está custeando a inscrição de 497 estudantes e 88 orientadores, majoritariamente de escolas públicas. A ação acontece através do Desafio Liga Jovem, voltado à resolução de problemas através de soluções de tecnologia. Formados em grupos, os alunos irão apresentar seus pitches para uma equipe de jurados durante o evento. Os ganhadores irão para uma missão internacional em Madri, na Espanha. “É uma forma de compartilhar conhecimento com esse público, mas também permitir que as startups os testem como usuários de suas tecnologias. Em cima disso, ainda gera oportunidade de trabalho, possibilitando conexão entre eles e as empresas”.

A expectativa para a segunda edição, que ocorre nos dias 23 e 24 de março, é reunir 6 mil pessoas, quase o dobro do público da primeira edição. Serão cinco palcos, 400 expositores e mais de 60 fundos de investimento. “Com nossa experiência no mercado, notamos que esse era o momento ideal para concentrar esforços em desenvolver e manter um evento deste porte. Queremos ser a ponte entre os melhores nomes e ideias para mudarmos o jeito de fazer negócios no Brasil e, no futuro, na América Latina”, finaliza Kepler.

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