Cada vez mais no mundo dos negócios tem se ouvido sobre criptomoedas, que são basicamente moedas digitais. Não somente usuários comuns, mas já tem grandes empresas e até governos utilizando desse recurso para negociações. E para que os iniciantes tenham noção de como entrar nesse “novo mundo”, Matheus Medeiros, CEO da Futokens, esclarece algumas situações. “Primeiramente, o investidor precisa saber o básico e buscar um profissional que o guie diante de seus objetivos”, explica.
O Bitcoin, amplamente discutido, é o marco inicial das criptomoedas, viabilizando sua existência e transformando o cenário das transações financeiras desde sua criação em 2009. Trata-se de uma moeda digital descentralizada, baseada em um código único, utilizada para a aquisição de produtos, serviços e demais itens aceitos pelos estabelecimentos.
Como moeda digital, o Bitcoin é negociado exclusivamente pela internet por meio de uma rede descentralizada conhecida como blockchain. Nesse sistema, informações como a quantidade de criptomoedas transferidas, além da data e horário das transações, são registradas de forma pública e transparente.
Por não estar sob controle de governos ou instituições financeiras, o Bitcoin tem suas transações verificadas por membros da rede, chamados mineradores. Durante esse processo, as operações são agrupadas em blocos, dando origem ao termo blockchain. Todas as movimentações ficam registradas nesse sistema, garantindo segurança e transparência.
Todos os processos, como verificação, compra, venda e transferências, podem ser validados pelos chamados mineradores. A mineração é um dos conceitos centrais no universo do Bitcoin, envolvendo a busca por um código aleatório compatível com um novo bloco da rede. “Ao verificar a validade desse código, os mineradores resolvem cálculos matemáticos complexos para encontrar um hash válido e confirmar novas transações na rede”, acrescenta Medeiros. “Como recompensa, o usuário recebe novas moedas digitais. A cada código encontrado e validado, o bloco de criptomoedas mineradas se expande”.
Esse processo é conhecido como Proof of Work (PoW), ou Prova de Trabalho em português. Ele desempenha um papel fundamental na segurança e no funcionamento do ecossistema blockchain, incentivando cada vez mais investidores. Além disso, torna as tentativas de fraude mais onerosas, dificultando ataques à rede.
O Proof of Stake (PoS), ou Prova de Participação, surgiu em 2011 como uma alternativa ao Proof of Work (PoW), visando solucionar problemas de escalabilidade e alto consumo de energia. Sua principal vantagem é a eficiência energética, pois elimina a necessidade de poder computacional intensivo, reduzindo custos e tornando as redes mais sustentáveis. Além disso, o PoS fortalece a segurança contra ataques de 51%, já que um invasor precisaria deter a maioria das moedas para comprometer a rede. O modelo também incentiva a participação ativa, recompensando validadores que mantêm e “apostam” seus tokens, o que pode contribuir para a estabilidade do mercado.
Tempo de mineração x sustentabilidade
A mineração de Bitcoin exige um alto consumo de energia elétrica, resultando na emissão significativa de dióxido de carbono na atmosfera. Em alguns casos, o impacto ambiental dessa atividade é comparável às emissões anuais de determinados países.
O assunto esteve em pauta no mundo e dentre as alternativas apresentadas estão a mineração verde, que é uma alternativa mais sustentável, fazendo o uso de energia renovável e até o reaproveitamento do calor residual da mineração para reduzir as emissões.
Pensando em todo o ciclo do Bitcoin, ainda é uma alternativa interessante à mineração, mas é preciso verificar todos os custos do processo. Hoje, utilizam-se softwares de alta tecnologia e que fazem o hash com muita rapidez.
“O grande desafio da mineração está nos custos operacionais, como eletricidade, refrigeração e manutenção. Fazer parcerias com um pool de mineração pode ajudar a reduzir riscos e melhorar a previsibilidade dos ganhos. Além disso, acompanhar as tendências e inovações do setor é essencial para ajustar estratégias e manter a rentabilidade, embora o retorno nunca seja garantido”, conta Matheus Medeiros.
Em alguns países como China e EUA, o Bitcoin é uma moeda legal e gera impacto na economia. El Salvador, após 4 anos, retirou o status da moeda como legal, como parte de uma negociação com o FMI. Agora, será somente entre usuários e empresas privadas.