Doença ocorre quando a renovação do osso não acompanha o ritmo da perda óssea
O osso é um tecido vivo que está em constante regeneração e substituição. A osteoporose ocorre quando a renovação do osso não acompanha o ritmo da perda óssea.
A partir deste processo, ocorre o enfraquecimento dos ossos, que se tornam tão quebradiços que uma queda ou mesmo tensões leves, como curvar-se ou tossir, podem causar uma fratura. As fraturas relacionadas à osteoporose ocorrem mais comumente no quadril, punho ou coluna vertebral.
Segundo o Dr. Daniel Lerario, médico endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina, a osteoporose pode afetar homens e mulheres de todas as raças.
“Mulheres brancas e asiáticas, especialmente aquelas que já passaram da menopausa, são as que correm mais risco. Manter uma dieta saudável e realizar exercícios que envolvem levantamento de peso são medidas que podem ajudar a prevenir a perda óssea e fortalecer os ossos”, orienta o especialista.
Sintomas
Em geral, o início do processo de perda óssea não causa sintomas. No entanto, uma vez que os ossos já estão enfraquecidos pela osteoporose, podem ocorrer sinais e sintomas como:
- Dores nas costas, causadas por uma vértebra fraturada ou colapsada;
- Perda de estatura ao longo do tempo;
- Postura curvada;
- Ossos que quebram mais facilmente do que o esperado.
Causas
Os ossos estão em constante estado de renovação. Quando jovem, o organismo produz osso mais rapidamente do que a perda óssea, promovendo ganho de massa óssea. Depois dos 20 anos de idade, esse processo passa a diminuir.
O Dr. Daniel alerta que a maioria das pessoas atinge o pico de massa óssea aos 30 anos. “À medida que as pessoas envelhecem, a perda de massa óssea é maior que o ganho”.
No entanto, o especialista explica que a probabilidade de desenvolver osteoporose também está relacionada à quantidade de massa óssea adquirida na juventude.
“Quanto maior for o pico de massa óssea, mais osso você terá “em estoque” e menor será a probabilidade de desenvolver osteoporose ao longo da vida”.
Fatores de risco
Vários fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolver osteoporose, incluindo idade, raça, estilo de vida, histórico de saúde e tratamentos médicos.
Alguns fatores de risco para osteoporose, portanto, estão fora do nosso controle, como por exemplo:
- Gênero: mulheres são muito mais propensas a desenvolver osteoporose do que os homens;
- Idade: quanto mais velho, maior o risco;
- Origem: o risco é maior entre indivíduos brancos ou asiáticos;
- História de família: descendentes diretos com osteoporose sugerem maior risco, especialmente se houve consequente fratura de quadril;
- Estatura: pessoas com baixa estatura tendem a ter um risco maior porque podem ter menos massa óssea para extrair à medida que envelhecem.
Níveis hormonais
A osteoporose está também relacionada aos níveis de determinados hormônios produzidos pelo organismo, seja pelo excesso ou pela falta deles.
- Hormônios sexuais: níveis reduzidos tendem a enfraquecer os ossos. A queda nos níveis de estrogênio em mulheres na menopausa é um dos fatores de risco mais fortes para o desenvolvimento de osteoporose. Tratamentos para câncer de próstata, que reduzem os níveis de testosterona em homens, e tratamentos para câncer de mama, que reduzem os níveis de estrogênio em mulheres, provavelmente aceleram a perda óssea.
- Tireoide: elevados níveis do hormônio da tireoide podem causar perda óssea. Isso pode ocorrer caso a tireoide seja hiperativa ou por conta de hormônio tireoidiano tomado para tratar a tireoide hipoativa.
- Outras glândulas: a osteoporose também tem sido associada à hiperatividade das glândulas paratireoide e adrenal.
Fatores dietéticos
A osteoporose está diretamente relacionada à alimentação. A probabilidade da doença é maior nos seguintes casos:
- • Cálcio: a baixa ingestão de cálcio ao longo da vida contribui para a diminuição da densidade óssea, perda óssea precoce e aumento do risco de fraturas;
- • Distúrbios alimentares: restringir severamente a ingestão de alimentos e estar abaixo do peso enfraquece os ossos;
- • Cirurgia gastrointestinal: procedimentos com objetivo de perda de peso ou para tratamento de distúrbios gastrointestinais, que levam à redução do estômago ou remoção de parte do intestino, limitam a absorção de nutrientes, incluindo o cálcio;
- • Esteroides e medicamentos: o uso prolongado de esteroides e medicamentos corticosteroides orais ou injetáveis, como prednisona e cortisona, interfere no processo de reconstrução óssea;
- • Condições médicas: o risco de osteoporose é maior em portadores de doença celíaca, doença inflamatória intestinal, doença renal ou hepática, câncer, mieloma múltiplo, artrite reumatoide.
Estilo de vida e saúde
Além da alimentação, outros hábitos de vida podem aumentar o risco de osteoporose, como por exemplo:
- Sedentarismo: praticar atividade física é indicado para a prevenção de diversas doenças, assim como a osteoporose. Neste caso, alguns exercícios são ainda melhores; Levantamento de peso, atividades que promovam equilíbrio e boa postura são os mais indicados para o fortalecimento dos ossos, assim como caminhar, correr, pular ou dançar
- Bebidas alcoólicas: o consumo regular de mais de duas doses por dia aumenta o risco de osteoporose;
- Tabagismo: assim como em diversas outras doenças, o uso do tabaco contribui para o enfraquecimento dos ossos e deve ser evitado.
Complicações
As fraturas ósseas, particularmente na coluna ou quadril, são as complicações mais graves da osteoporose. Geralmente são causadas por quedas e podem resultar em incapacidade e até mesmo em aumento do risco de morte.
Em alguns casos, as fraturas podem ocorrer mesmo sem a ocorrência de quedas. No caso da coluna vertebral, pode haver um colapso, resultando em dores nas costas, perda de estatura e postura curvada para a frente.
Prevenção
Uma boa nutrição e exercícios regulares são essenciais para manter os ossos saudáveis ao longo da vida.
- Cálcio
Homens e mulheres entre 18 e 50 anos precisam de 1.000 mg/dia. Essa quantidade aumenta para 1.200 mg/dia quando as mulheres completam 50 anos e os homens 70.
Fontes de cálcio: Laticínios com baixo teor de gordura; folhas verde-escuras, peixes, como salmão ou sardinha; produtos de soja, como tofu; cereais enriquecidos com cálcio e suco de laranja.
Atenção: assim como a falta de cálcio, o excesso também é prejudicial à saúde. Por este motivo, somente faça uso de suplementação sob a orientação de um médico.
- Vitamina D
A vitamina D melhora a capacidade do corpo de absorver o cálcio e melhora a saúde óssea em geral. Além da exposição à luz solar, a vitamina D está presente no óleo de fígado de bacalhau, em peixes como truta e salmão, no leite e em cereais enriquecidos com vitamina D. A maioria das pessoas precisa de pelo menos 600 unidades internacionais (UI)/dia. Essa recomendação aumenta para 800 UI/dia após os 70 anos.
Caso não haja outras fontes de vitamina D ou exposição ao sol, é provável que a suplementação seja necessária.