Exame é a principal ferramenta para o diagnóstico precoce do câncer de mama
A mamografia é uma das principais formas de identificar o câncer de mama – um dos tumores mais comuns entre as mulheres e com estimativa de 73 mil novos casos neste ano, segundo o Ministério da Saúde. Porém, ainda existem mitos e dúvidas que são obstáculos significativos para a realização do exame – um deles é o receio da mamografia.
Embora o exame possa causar um desconforto momentâneo para algumas mulheres, os benefícios de detectar a doença em seu estágio inicial são imensuráveis. Quando o câncer de mama é identificado precocemente, as chances de cura e de sucesso do tratamento são significativamente maiores, e o risco de mortalidade pela doença pode ser reduzido drasticamente.
“A mamografia é extremamente relevante para a saúde da mulher, que não deve deixar de realizá-la por medo do desconforto, uma vez que isso pode impedir o diagnóstico precoce do câncer, diminuindo as chances de cura para a paciente”, reforça a radiologista Fernanda Philadelpho, da clínica CDPI e do Alta Diagnósticos, no Rio de Janeiro.
Para tirar todas as dúvidas e deixar a paciente mais tranquila para realizar o exame, a dra. Philadelpho dá alguns esclarecimentos:
1) Não se preocupe com a compressão; ela é rápida
Essa compressão é absolutamente imprescindível, pois proporciona melhor espalhamento do tecido mamário, o que ajuda a expor as lesões que possam existir, além de permitir o uso de menor dose de radiação.
2) Lembre-se de que nem todas as mulheres sentem dor durante o exame
Segundo a dra. Fernanda, sentir dor durante a mamografia depende muito do nível de sensibilidade e da ansiedade da paciente. A compressão causa apenas um desconforto momentâneo na mama, mas não a danifica, nem provoca efeitos secundários.
“A tendência é que a avaliação ocasione um rápido incômodo ao comprimir as mamas no mamógrafo. Porém, algumas pacientes são mais sensíveis à dor nessa região do que outras. Nesses casos, potencializamos o diálogo com a paciente”, comenta a médica.
3) Agende o exame para depois da menstruação
Para que o desconforto seja menor, convém marcar o exame para aproximadamente uma semana depois do término da menstruação. É nesse momento que as mamas estarão menos sensíveis.
4) Saiba que as próteses de silicone não impendem a realização do exame
De acordo com a radiologista, as próteses de silicone não impedem a visualização da estrutura da mama para a geração das imagens. Por sua vez, o exame também não danifica a integridade do material das próteses, estando liberado para pacientes com silicone. No momento do exame, algumas técnicas são utilizadas para ver melhor o tecido ao redor das próteses, como a de deslocamento posterior dos implantes.
5) Leve seus exames mamários anteriores para comparação
Se não é a primeira vez que a paciente realiza o exame, é importante levar os antigos para que o radiologista possa comparar possíveis mudanças sutis ao longo do tempo. “Isso é parte fundamental do exame e pode fazer a diferença em muitos casos, reduzindo ainda a necessidade de incidências complementares na mamografia”, revela Fernanda Philadelpho. Além disso, aconselha-se informar o médico sobre o histórico pessoal e familiar da paciente, o uso de tratamentos hormonais e a realização de cirurgias e biópsias anteriores.
6) Faça o exame regularmente, mesmo sem histórico familiar de câncer de mama
O câncer de mama pode ser causado por uma combinação de fatores, incluindo hereditariedade, predisposição genética e motivos externos. Sendo assim, mulheres sem histórico da doença na família também têm chances de desenvolver esse tipo de tumor ao longo da vida, assim como outros tipos de câncer que não dependem apenas de fatores hereditários para ocorrer.
“A mamografia é um exame fundamental no rastreio do câncer de mama, mas também é eficaz para visualizar outras alterações que podem ocorrer nessa área. Por isso, todas as mulheres devem incluí-lo em sua rotina de cuidados com a saúde, que deve começar aos 40 anos para aquelas que não têm casos de câncer de mama na família e aos 35 ou 30 para as que têm casos, principalmente em parentes diretos, como a mãe, em que se suspeita de risco genético”, detalha a dra. Fernanda. Cada caso deve ser individualizado pelo médico que acompanha a paciente.