80% do consumo das famílias brasileiras atualmente são feitos por meio eletrônicos; aponta pesquisa
Cada vez mais o dinheiro de papel sai de cena no cotidiano dos brasileiros, a transferência via DOC foi extinta e o cheque ainda resiste em algumas regiões e principalmente nas cidades mais afastadas dos grandes centros. Em paralelo, sete em cada dez transações bancárias no Brasil são feitas pelo celular. Segundo dados da Febraban, de 2019 a 2023 o crescimento dessas operações cresceu mais de 250%.
Cada vez mais os dados estão no celular dos clientes e estão saindo de casa sem cartão no bolso. Segundo dados do Santander, 71% das transações de pagamentos presenciais são por aproximação. No segundo trimestre deste ano, houve uma alta de 16,2% no valor dos pagamentos com cartão de crédito. A evolução dos meios de pagamentos no Brasil e no mundo aponta um aumento de mais de 80% até o final de 2025 nos volumes globais de pagamentos digitais.
O educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, preconiza que há mudança na maneira pela qual o cliente se dinamiza. Comportamento está associado ao avanço das ferramentas digitais: “A tecnologia mudou a experiência do usuário para sempre. Os meios de pagamentos digitais oferecem uma maior praticidade ao consumidor brasileiro, que otimizam o seu tempo com compras online. Devido à maior praticidade, as configurações de pagamento podem ser programadas, permitindo-lhe estabelecer o momento que seja efetuado o débito da conta. Eficiência é a palavra do momento. Isso pode resultar, inclusive, em diminuição de despesas de custos operacionais de transações e outras atividades financeiras. Os clientes tendem, cada vez mais, a ter uma experiência mais integrada com os serviços digitais. A automação dos emolumentos está associada a outros serviços tecnológicos, como aplicativos móveis e plataformas online”.
O Brasil se consolidou como o segundo país que mais usou pagamentos instantâneos em 2023, a Índia ficou em primeiro lugar e está na vanguarda em relação à maior parte dos mercados globais. Atualmente, é o quarto país que mais usa carteira digital, atrás da China, Índia e Alemanha. No Mercado Pago, fintech com mais de 52 milhões de usuários ativos mensais, o Pix representa 90% dos pagamentos realizados entre duas contas correntes. No e-commerce, a participação do cartão de crédito e do Pix praticamente se divide, enquanto boletos ou pagamentos com débito não chegam a 5%. Com o aperfeiçoamento do Pix é possível penetrar em outros segmentos dominados por outras modalidades. Mesmo com o aceleramento do método, o cartão de crédito no Brasil alcançou a marca de R$1,3 trilhão, 11% superior ao mesmo período de 2023.
Para Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, “o consumidor brasileiro está cada vez mais digital e aberto a novas experiências de pagamento. O Pix acelerou essa transformação, mas vemos também a expansão de carteiras digitais e do pagamento por aproximação, que já fazem parte da rotina de milhões de pessoas. O futuro aponta para a integração entre diferentes meios, seja com saldo em conta, cartão de crédito ou transferências instantâneas. Esse movimento traz eficiência para o mercado e mais conveniência para o usuário”, explica.
A tendência é que num futuro próximo o cliente terá mais flexibilidade para decidir qual meio de pagamento lhe é mais conveniente. Atualmente, trabalha-se muito para unificar meios de pagamento, como por exemplo, transferindo saldo do cartão de crédito para a conta corrente, permitindo que o cliente faça Pix sem ter saldo, usando o limite do seu cartão. Algumas instituições já unificam este serviço, facilitando o dia a dia dos clientes.
“As pessoas vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a facilidade de crédito atrai cada vez mais usuários. Apesar de tentador, é preciso cuidado já que o hábito pode trazer consequências negativas às suas finanças pessoais. Antes de fazer uma compra significativa, reflita sobre a necessidade real do item e espere alguns dias para ver se é realmente algo que você precisa”, destaca Lamounier.