Da inclusão financeira à proteção de patrimônio, especialistas debatem como a união entre os setores impulsiona a sustentabilidade e a resiliência das comunidades
A Semana do Cooperativismo, a Coop Week 2025, promovida pela MAPFRE, continua a trazer à tona discussões cruciais para o futuro dos negócios e da sociedade. Em um painel sobre “Cooperativismo e Seguros: alianças para um mundo mais resiliente”, a conversa se aprofundou na interseção desses dois mundos, destacando como eles podem se fortalecer mutuamente para construir um futuro mais sustentável e seguro. A moderação ficou por conta de Fátima Lima, Diretora de Sustentabilidade da MAPFRE.
Fátima Lima iniciou a discussão, provocando os participantes sobre os desafios das empresas em adaptar suas operações aos anseios do desenvolvimento sustentável, principalmente sob a perspectiva dos setores de seguros e cooperativismo. A partir daí, os especialistas trouxeram as experiências e estratégias de suas respectivas instituições.
Sicredi: Sustentabilidade no DNA do negócio
Isaura Morel, Gerente de Sustentabilidade da Confederação Sicredi, reforçou a essência do cooperativismo, afirmando que a sustentabilidade não é um tema à parte, mas uma parte intrínseca do negócio.
“O Sicredi é sustentável. Ele tem, em trínseco com o seu DNA, a preocupação com a sustentabilidade das comunidades”, afirmou Isaura. Ela explicou que essa abordagem se manifesta na gestão do negócio com o objetivo de gerar o maior impacto positivo possível, diminuindo os impactos adversos. A gerente destacou que essa conexão com a sustentabilidade está presente nas soluções oferecidas, na inclusão e no fomento à economia local.
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Isaura Morel também enfatizou o papel dos seguros como ferramenta de proteção para os associados. Apresentando dados, ela mostrou o crescimento do número de associados protegidos, que atualmente chega a 2,2 milhões. Ela ressaltou a importância da gestão de risco e o potencial de crescimento do setor, uma vez que “o brasileiro não utiliza tanto esse serviço como poderia”. Segundo ela, essa lacuna representa um grande desafio, mas também uma enorme oportunidade para o cooperativismo levar essa solução a mais pessoas, protegendo não só o patrimônio, mas também os investimentos e a qualidade de vida.
Cresol: Igualdade de gênero e liderança feminina
Em sua apresentação, Itamar Vodzicki, Gerente do Instituto Cresol, trouxe o tema da diversidade e da inclusão para o centro do debate, destacando a necessidade de ampliação da participação das mulheres em cargos de liderança. Vodzicki provocou a plateia ao apresentar um dado que, para ele, é um desafio: “somente 39% do nosso quadro social é composto por mulheres”.
O gerente explicou que a estratégia da Cresol não se trata de uma disputa entre gêneros, mas de criar oportunidades para que as mulheres se sintam parte do movimento cooperativo, “sentir-se parte, envolvente”. Ele apresentou dados do Anuário COOP, que mostram que, embora as mulheres representem 52% do total de trabalhadores nas cooperativas brasileiras, apenas 13% ocupam cargos de alta liderança.
“Isso é pauta para os conselhos, para as diretorias”, pontuou Vodzicki. Ele mencionou a contribuição da Cresol para uma sociedade mais igualitária através do trabalho em temas como protagonismo, empoderamento, liderança e educação financeira, que visam capacitar as mulheres e promover a igualdade de gênero.
Sicoob: Educação financeira como alicerce da resiliência
Luiz Edson Feltrim, Superintendente de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob, compartilhou o plano de sustentabilidade da instituição, focado em três pilares: pessoas, território e negócio. Um tema que perpassa todos os direcionadores é a cidadania financeira, que, segundo Feltrim, é a base da resiliência.
“O letramento financeiro, ele traz resiliência para… ele orienta adequadamente o comportamento financeiro do cidadão”, destacou Feltrim. Ele apresentou dados que comprovam essa afirmação: cooperados que consomem soluções de letramento financeiro demonstram maior fidelidade à cooperativa e têm índices de inadimplência significativamente menores.
Feltrim explicou que a educação financeira, aliada à educação previdenciária e de seguros, “traz resiliência para o cooperado, traz resiliência para a sua família, para a sua comunidade, e traz resiliência para a própria instituição”. Ele concluiu reforçando que um cooperado que sabe gerir seus recursos se torna um bom cliente e, consequentemente, contribui para um sistema financeiro mais sólido e inclusivo.