A atividade de mineração está contribuindo para manter a floresta em pé na Amazônia. Foi o que defenderam dirigentes das principais mineradoras que atuam na região, durante painel realizado na Exposibram 2022, moderado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará, José Fernando Gomes Júnior.
A Vale, com mais de 40 anos de atuação na Amazônia, é a maior empresa em operação no bioma, particularmente na região do mosaico de Carajás, que tem seu epicentro no município de Parauapebas (PA) mas que inclui outros municípios como Canaã dos Carajás, Marabá, Ourilândia, todos no estado do Pará. Mas a área de influência da empresa no bioma é bem maior, se incluídas as operações logísticas, como a Estrada de Ferro Carajás, com 892 km de extensão, que atravessa boa parte dos estados do Pará e do Maranhão, ligando a mina de minério de ferro de Carajás ao porto de Ponta da Madeira, no litoral maranhense.
Atualmente, o complexo de mineração de Carajás, incluindo Serra Norte e S11D, responde por aproximadamente 60% do total da produção de minério de ferro da Vale e se caracteriza como um “modelo de mineração sustentável”, segundo Hugo Barreto, diretor de Investimento e Desenvolvimento Social da Vale, já que a atividade de extração que ocorre dentro da Floresta Nacional de Carajás (Flonaca) impacta apenas 2% do mosaico. “É um modelo de mineração sustentável, convivendo com reservas indígenas e unidades de conservação. Na questão da mineração com a floresta em pé, o Brasil tem um exemplo a mostrar para o mundo”, diz Barreto.
Mas para isso, segundo ele, foram anos de aprendizado. “É a maior mina de ferro do planeta e que traz inovação, tecnologia, inteligência ambiental que permitem uma operação com maior eficiência e menor impacto”, salienta. A Vale adotou, na região, um modelo de mineração inovador que permitiu evitar o uso intensivo de caminhões fora-de-estrada, o que possibilitou diminuir a quantidade de resíduos gerados, o consumo de combustível em 70% e as emissões de gases de efeito estufa em 50%.
O beneficiamento a umidade natural também dispensa o uso de barragens e diminui o consumo de água em 93%, o que equivale ao abastecimento de uma cidade de 400 mil habitantes.
Para o diretor da Vale, essa convivência da mineração com a floresta é possível graças a uma parceria muito importante com o ICMBio e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará para o trabalho de controle e vigilância da floresta através de um modelo que combina “engenharia avançada com responsabilidade e em articulação com o poder público”.
Lembrando que a conservação do bioma Amazônia é imperativo para a continuidade do próprio negócio da Vale, Barreto informa que a empresa realiza, anualmente, quantias expressivas em projetos e programas, obrigatórios ou voluntários. Em 2021, o montante investido foi de US$ 545 milhões.
Leia a matéria completa na edição 424 de Brasil Mineral