A revisão para cima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) não surpreendeu especialistas ouvidos pelo portal Brasil 61. Para eles, ao atualizar a projeção, o FMI apenas confirmou o que os indicadores e os analistas de mercado já deixaram claro: a economia brasileira melhorou em 2022.
Na última semana, o Fundo Monetário Internacional ampliou de 1,7% para 2,8% a expectativa de alta do PIB brasileiro. A projeção vai ao encontro das expectativas do mercado, reveladas pelo Relatório Focus, do Banco Central, e da Secretaria de Produtividade Econômica do Ministério da Economia, que projetam alta de 2,7% para o PIB brasileiro este ano.
“O ambiente está melhorando e o FMI fez nada mais do que reconhecer isso. A economia brasileira tem tido um desempenho, nos últimos anos, que não é brilhante, mas não é desastroso e depois do fim da pandemia ela está bem. O crescimento em 2021 foi brilhante, de 4,6%. Superamos a queda do PIB em 2020 e ainda saímos no lucro. Vamos ter um crescimento um pouco mais expressivo em 2022”, analisa o economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central.
Comparação
Segundo projeções do próprio FMI, o Brasil deve crescer mais do que a média das economias avançadas (2,4%), que a França (2,5%), Estados Unidos (1,6%), Japão (1,7%) e Alemanha (1,5%), Na comparação com vizinhos sul-americanos, o PIB brasileiro também deve levar vantagem. O Peru deve crescer 2,7%; o Chile 2% e o Paraguai 0,2%
Para Rubens Moura, professor de Ciências Econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie, parte do desempenho positivo da economia brasileira em relação a outros países se explica porque o Banco Central começou a aumentar os juros para conter a inflação mais cedo. “O Brasil começou a acionar o Banco Central para políticas monetárias mais contracionistas para combater a inflação antes”.
Segundo o economista, o cuidado com a inflação ajudou a colocar a economia nos trilhos. “O efeito da correção da inflação gera uma melhor perspectiva para o empresário, gera um cenário mais otimista e ele começa a agir. E, ao mesmo tempo, estamos em ano eleitoral, em que os gastos são maiores, houve aumento do Auxílio Brasil, isso também vai impactando na geração de demanda agregada e geração de renda e vai impulsionando o consumo e o consumo vai impulsionando os serviços, que respondem por 70% do PIB”, explica.