Em meio a diversos exemplos de influência do ego nos momentos de fala e convivência corporativa, especialista levanta o alerta e faz convite à reflexão
Você já se perguntou o que faz alguém querer estar perto apenas de quem o elogia? Já se perguntou o que leva um líder a interromper a equipe o tempo inteiro em uma reunião, a desvalorizar as ideias dos seus liderados e a insistir em um caminho que beneficie mais a sua própria imagem do que a da empresa? Para a TEDx Speaker e especialista em comunicação, Giovana Pedroso, está no medo da morte do ego, o motivo para essas e diversas outras situações tornarem-se os famosos “problemas de comunicação” no meio corporativo.
O entendimento da especialista é baseado na abordagem do psicólogo e consultor Karl Albrecht, que afirma que todo e qualquer medo real ou imaginário de uma pessoa deriva de cinco grandes medos da humanidade. E no topo dessa pirâmide está justamente o medo da morte do ego, cuja influência pode ser percebida diariamente na rotina das corporações.
“Se o profissional tem medo de ser comparado com os demais e, por isso, decide não se expor, ou pelo contrário, se precisa se afirmar o tempo inteiro falando sobre o quanto é bom ou sobre como as suas ideias são incríveis, sinto informar, mas em todos esses momentos, a voz do medo da morte do ego está lá, conduzindo as falas de forma sorrateira. Você não percebe e, quando se dá conta, está agindo agressivamente, autoritariamente ou se calando”, reflete.
Neste cenário, a TEDx Speaker ressalta a importância de os profissionais, principalmente das figuras de liderança nas organizações, questionarem o real impacto da voz do ego em suas ações. “O melhor a fazer é baixar o volume e deixá-la fora da sala, porque ela tem o poder de minar a sua capacidade de se comunicar para construir relações mais produtivas e saudáveis. O ego destrói, pouco a pouco, a vontade das pessoas de se exporem com autenticidade e de aprenderem com seus erros. Não é uma tarefa fácil, essa de questionar e silenciar o ego, e com toda certeza não vai ter fim”, alerta.
Três razões para deixar o ego “fora da sala”
Dentre as ideias que compartilha, Giovana elenca três grandes razões para que as pessoas deixem o ego “fora da sala”:
- As pessoas não estão tão aí para você quanto você imagina: adotamos um comportamento retraído ou exibicionista por achar que estão todos olhando para cada movimento nosso, quando a verdade é que elas não estão;
- Na vida, só existe uma certeza: você vai errar. E se a sua reputação não for capaz de absorver alguns golpes, como diz o escritor Ryan Holiday, ela simplesmente nunca valeu de nada.
- O ego é o principal responsável pelo efeito “ouro de tolo”. Você sonha e trabalha por algo, até que consegue, mas não desfruta. E não desfruta, porque está em uma corrida sem fim para uma linha de chegada inalcançável.
Mas como deixar o ego “fora da sala”?
Para aqueles que, após a reflexão, querem passar a deixar o ego “fora da sala”, a TEDx Speaker indica dois simples exercícios. “Quando falar em uma próxima reunião com a equipe, quando for pensar na mensagem de um vídeo ou falar para um grupo sobre o seu trabalho, e mesmo quando estiver em silêncio produzindo, responda-se em voz alta: como posso tornar as coisas melhores, não somente para mim? Estou mais preocupado com isso ou mais empenhado em parecer o melhor? Talvez esteja nessa reflexão, o começo de uma comunicação mais orientada para as pessoas, para uma vida sem tanto medo de ver o ego morrer em cada exposição ou apenas em sua própria cabeça”, explica.
E caso não consiga fazer esse exercício antes, é possível também fazê-lo depois de uma fala importante. “Pegue um papel e uma caneta, risque a folha no meio e de um lado escreva o que você disse. Do outro, escreva o que você pensou. Fazendo esse exercício mais de uma vez, tenho certeza de que as pessoas irão se surpreender com alguns pensamentos que governam as suas próprias comunicações”, finaliza.
O talk completo da especialista em comunicação Giovana Pedroso no TEDx Talks, com o convite “Deixe o Ego Fora da Sala”, pode ser conferido aqui.