O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) realizou, nesta quinta-feira (29), uma vistoria no Projeto Nascentes, que está inserido no Programa Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas. A iniciativa visa implementar ações de recuperação de nascentes em bacias estratégicas para abastecimento urbano e industrial dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, nas bacias dos rios Trairi, Jacu, Curimataú e Mamanguape.
O projeto foi criado em dezembro de 2021, após parceria entre o MDR e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O investimento do Governo Federal na iniciativa foi de cerca de R$ 2 milhões.
“O projeto é interessante porque envolve jovens, que desde cedo aprendem a importância da preservação das nascentes e da natureza como um todo”, destaca o secretário nacional de Segurança Hídrica do MDR, Sergio Costa. “Preservar as bacias é garantir que não falte água”, completa.
Coordenador do Projeto Nascentes, o professor Rodrigo de Freitas ressalta que a iniciativa conta com a participação da comunidade. “Temos um objetivo muito ousado, que é atrelar a recuperação de nascentes com a integração da educação ambiental, com escolas, fazendo com que os alunos participem do processo de recuperação de nascentes, criando conscientização ambiental. E, também, buscamos contribuir com produtores rurais para que eles consigam produzir e, ao mesmo tempo, cuidar da proteção ambiental”, afirma.
Com o envolvimento da comunidade local, foi possível recuperar cinco nascentes na Bacia do Jacu, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, com o plantio de 675 mudas de espécies nativas e frutíferas. A interação com a comunidade é considerada essencial para a conscientização da importância de se conservar áreas de proteção permanente para garantia da quantidade de águas nos rios brasileiros.
O projeto também tem contribuído para a certificação ambiental de produtores rurais, como é o caso de Elias Alves, fabricante de cachaça orgânica. “Eles (MDR e UFRN) nos ajudaram nessa revitalização, nessa proteção das nascentes, por meio do isolamento para que animais não frequentem essa área e, também, de reflorestamento para as plantas nativas aqui da região. Há duas famílias que moram aqui, além da minha família, e tem mais trabalhadores temporários. Usamos essa água na produção da cachaça e o que sobra vai para o Rio Araraí totalmente limpa”, comentou.
Além disso, o projeto prevê o treinamento, já em execução, de 150 agricultores para produzirem mudas de espécies nativas e frutíferas, fortalecendo a fruticultura familiar. Além disso, também incluía avaliação do nível de efetividade da metodologia empregada na recuperação das nascentes e a publicação científica sobre os resultados alcançados.