Programa, que contempla 65 ações ao longo de sua vigência, busca ampliar a cobertura de seguros no país
Em entrevista concedida durante o Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, promovido pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, fez um balanço do primeiro ano do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS). O programa, que contempla 65 ações ao longo de sua vigência, busca ampliar a cobertura de seguros no país e aumentar a participação do setor de 6% para 10% do PIB, além de expandir a proteção da população em 20%.
Estrutura do PDMS: quatro eixos de atuação
De acordo com Dyogo Oliveira, o PDMS está organizado em quatro frentes:
- Comunicação, formação e educação sobre seguros
- Desenvolvimento de produtos (otimização de produtos já existentes e criação de novas soluções)
- Distribuição (melhoria e fortalecimento dos canais atuais e desenvolvimento de novos)
- Melhoria regulatória (aprimoramento das normas do setor)
Oliveira apontou que, em apenas um ano, 20% das ações previstas no PDMS já foram implementadas, o que considera um resultado extremamente positivo. “O PDMS, como imaginávamos, se tornou um ponto de convergência das ações do setor. Temos os Sindicatos de Corretores (Sincors), a Fenacor, a CNseg, os Sindicatos das Seguradoras (Sindsegs) — todos alinhados em torno do mesmo projeto”.
Avanços no eixo de Comunicação
No âmbito da Comunicação, Oliveira destacou o aumento expressivo de matérias publicadas sobre o setor: “Nós ampliamos brutalmente a comunicação do setor. Tivemos mais de 10 mil matérias publicadas no ano passado, e já batemos essa meta novamente este ano”.
Além disso, Oliveira aponta que a formação e educação sobre seguros vêm se tornando prioridade para corretores, seguradoras e entidades representativas, buscando ampliar a conscientização sobre a importância da proteção securitária.
Desenvolvimento de produtos: novas leis e soluções
No que se refere ao desenvolvimento de produtos, o presidente da CNseg citou avanços legislativos importantes, como a aprovação de leis relacionadas ao seguro garantia, mudanças no regime tributário da previdência e a viabilização do uso do seguro em obras governamentais: “Nós tivemos aprovação de várias leis importantes: sobre seguro garantia, sobre a escolha do regime tributário na Previdência e melhorias no uso do seguro de obras no governo. Um exemplo disso foi o lançamento, no Mato Grosso, da primeira licitação já compatível com essa nova legislação, resultado do trabalho do PDMS”.
Paralelamente, a diversidade de produtos vem crescendo, contemplando demandas de diferentes públicos — incluindo pessoas físicas, pequenas e grandes empresas.
Distribuição: canais digitais em expansão
Para Dyogo Oliveira, o eixo de distribuição também obteve avanços significativos com a aceleração dos canais digitais e o fortalecimento da formação de corretores. “Vemos as empresas investindo muito em canais digitais e na capacitação dos profissionais. O crescimento da distribuição digital é inegável, somando-se ao esforço conjunto do mercado para atingir novos consumidores”.
Esse processo, segundo Oliveira, possibilita alcançar o objetivo de expandir a proteção securitária a mais brasileiros, sobretudo em segmentos ainda não plenamente atendidos pelo mercado de seguros.
Melhoria regulatória e aprovação de projetos
No quarto eixo, a melhoria regulatória, Oliveira destacou ações coordenadas entre a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Fenacor e a CNseg, com revisões de resoluções e leis que impactam diretamente o setor. “A lei do contrato de seguro avançou, assim como o projeto de lei das cooperativas e associações de proteção, que já foi aprovado na Câmara. Tudo isso faz parte do PDMS e fortalece as bases do mercado”.
Esses aprimoramentos regulatórios facilitam a oferta de produtos mais competitivos e estão alinhados à meta de tornar o ambiente de negócios mais sólido e confiável.
Perspectivas e alinhamento do setor
Dyogo Oliveira sublinha que a colaboração entre corretores, seguradoras e órgãos reguladores é o grande destaque do primeiro ano de execução do PDMS. A união de esforços, segundo ele, vem permitindo que as 65 ações do plano avancem, resultando em melhorias práticas para o mercado e para a sociedade. “A convergência das ações das entidades representativas é um marco. Todos estão caminhando no mesmo sentido, o que traz uma sinergia fundamental para alcançarmos as metas estabelecidas”.
Com a perspectiva de ampliar a cobertura securitária e atingir 10% do PIB, o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros desponta como instrumento estratégico para o crescimento e fortalecimento do setor. A evolução no primeiro ano, sinalizada pelas 20% das ações já implantadas, aponta para um futuro em que mais brasileiros tenham acesso a produtos de proteção, e o setor consolide seu papel como indutor de estabilidade e bem-estar social.
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