Pequenas empresas, grandes impactos na saúde corporativa

Flávio Bitter, Diretor-gerente da Bradesco Saúde / Foto: Divulgação
Flávio Bitter, Diretor-gerente da Bradesco Saúde / Foto: Divulgação

Confira artigo de Flávio Bitter, Diretor-gerente da Bradesco Saúde

Quando pensamos em saúde corporativa, é comum associarmos esse investimento a grandes companhias. No entanto, a verdadeira revolução silenciosa vem ocorrendo entre as pequenas e médias empresas (PMEs), que têm assumido um papel cada vez mais relevante na promoção de saúde preventiva no ambiente de trabalho. Ao oferecer planos de saúde aos seus colaboradores — o terceiro maior desejo da população brasileira, atrás apenas da casa própria e da educação, segundo pesquisa do Instituto Vox Populi/IESS, essas empresas mostram que tamanho não limita impacto, além de ser uma estratégia de mercado para atração e retenção de talentos.

Das mais de 21 milhões de empresas ativas no Brasil, quase 94% são micro ou pequenas, conforme a base nacional do CNPJ. Apenas nos três primeiros meses de 2025, mais de 1,4 milhão de novos CNPJs foram abertos, segundo o Sebrae. As PMEs respondem por quase 30% do PIB brasileiro, e têm contribuição que varia de 60% a 80% na geração de empregos em carteira assinada no nosso país, segundo dados do Ministério do Trabalho nos últimos anos.

Cada vez mais, a oferta de plano de saúde deixa de ser vista como custo e passa a ser compreendida como investimento estratégico entre os pequenos negócios. Esse investimento se reverte em benefícios tangíveis, como redução de afastamentos, menos gastos com tratamentos emergenciais e, sobretudo, um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. A Bradesco Saúde testemunha isso de perto: apenas no primeiro trimestre de 2025, registramos crescimento de 7,3% na base de beneficiários dos produtos SPG (Seguro Para Pequenos Grupos) no estado do Rio de Janeiro em relação ao mesmo período de 2024.

Esse cenário também encontra paralelo em outras economias. Na Alemanha, por exemplo, mais de 60% das PMEs oferecem benefícios de saúde ocupacional estruturados, segundo o Institute for Employment Research (IAB). Já no Reino Unido, políticas públicas incentivam pequenas empresas a adotarem programas de bem-estar por meio de deduções fiscais – e os resultados incluem maior produtividade e menor rotatividade. Uma pesquisa de 2024, da Intuit QuickBooks e Allstate Health Solutions (EUA), mostra que 2/3 dos funcionários veem benefícios de saúde como fator crucial no emprego; 78% mudariam se fossem ruins, e mais de 90% ligam satisfação e produtividade a eles. O Brasil começa a trilhar esse mesmo caminho, e o protagonismo das PMEs nesse contexto é essencial.

Na Bradesco Saúde, por exemplo, temos mais de 1 milhão de vidas atendidas em produtos voltados a pequenos grupos, com mais de 166 mil empresas desse porte como clientes. Número significativo, que mostra a relevância das PMEs para o nosso setor. Além disso, das dez empresas PME mais bem avaliadas do ranking publicado pela GPTW – Great Place to Work de 2024 –, que divulga as melhores empresas para se trabalhar no Brasil, 40% contratam os produtos da Bradesco Saúde como política de valorização da saúde dos funcionários e seus familiares. Esse dado reforça que o investimento em saúde corporativa está diretamente relacionado a ambientes de trabalho mais humanizados, colaborativos e com maior retenção de talentos. Empresas que priorizam o bem-estar são também aquelas que crescem com mais consistência e sustentabilidade.

Outro ponto importante é que muitas dessas pequenas e médias empresas também estão investindo em iniciativas complementares, como campanhas de vacinação internas, programas de saúde mental, orientação nutricional e atividades físicas. Essas ações, muitas vezes em parceria com operadoras de saúde, contribuem para a redução de riscos à saúde e promovem uma cultura de prevenção que vai além do consultório médico.

O avanço do aumento do acesso aos cuidados com a saúde no país passa pelas pequenas e médias empresas. Ao investirem em programas de prevenção e promoção da saúde, além de planos odontológicos, as PMEs tornam-se mais do que motor da economia, passando a exercer, também, o papel de agentes de transformação social, promovendo uma assistência contínua e sustentável a seus colaboradores. E mais: elas contribuem para a diminuição da sobrecarga do sistema público de saúde, ao ampliar o acesso ao atendimento médico de qualidade por meio da saúde suplementar. Se quisermos construir um futuro mais saudável, é imprescindível olhar para essas empresas como parte central da solução, em linha com o papel gigantesco que elas têm na nossa sociedade.

Total
0
Shares
Anterior
Crise do agronegócio exige seguro para evitar colapso de produtores
Foto por: Nathan Anderson/ Unsplash Images

Crise do agronegócio exige seguro para evitar colapso de produtores

Com o aumento de falências no campo, a Alper posiciona a proteção como

Próximo
MAPFRE lança ‘Seguro Reverso’, modelo que parte do bolso do cliente e foca em canais digitais
Lucas Feliciano, superintendente comercial de bancassurance e parcerias financeiras da MAPFRE/ Divulgação

MAPFRE lança ‘Seguro Reverso’, modelo que parte do bolso do cliente e foca em canais digitais

Com novo formato, seguradora inverte a lógica do mercado e quer escalar solução

Veja também