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Pesquisa aponta que mulheres venezuelanas enfrentam mais dificuldade de integração socioeconômica no Brasil do que homens

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Photo by Angel Condo Silva on Unsplash

Estudo conduzido por ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA com 1.415 respondentes destaca crescimento na renda e no emprego das mulheres venezuelanas, mas mostra que elas seguem em desvantagem no acesso a direitos básicos

Ações de acolhimento e integração da população venezuelana no Brasil ainda necessitam de maior articulação com outras políticas públicas, em diferentes níveis de governo, com atenção a questões que envolvem mulheres e meninas, aponta pesquisa A estratégia de interiorização para refugiadas, refugiados e migrantes da Venezuela no Brasil: construindo evidências para informar a formulação de políticas responsivas ao gênero, conduzida pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo.

A apresentação dos dados será realizada na próxima segunda-feira (07/07), na Fundação Oswaldo Cruz, em Brasília, às 9h00. O evento é aberto para a imprensa, mediante cadastro prévio pelo e-mail pedro.nogueira@unwomen.org ou telefone (61) 99811-7461.

A pesquisa revela avanços importantes na integração das pessoas venezuelanas interiorizadas de forma voluntária de Boa Vista – desde abril de 2018, mais de 150 mil pessoas venezuelanas foram realocadas para mais de 1100 cidades brasileiras. Como resultado, destaca-se o aumento de 12% no rendimento médio mensal individual e de 8% no rendimento domiciliar per capita. Ao mesmo tempo, os dados mostram que, ainda que haja avanços, persistem as desigualdades entre homens e mulheres na inserção laboral e no acesso a serviços essenciais, especialmente para mulheres e famílias monoparentais.

Entre os principais resultados, destacam-se:

Seletividade nos critérios: homens sem filhos e com maior nível educacional têm mais chances de conseguirem oportunidades para interiorização voluntária de Roraima para outros estados.

Mulheres enfrentam mais vulnerabilidades: elas são maioria entre as chefes de famílias monoparentais e apresentam maiores taxas de
desemprego e informalidade.

Avanços no mercado de trabalho: houve redução no tempo médio sem trabalho (de 6,7 para 4,7 meses), com destaque para a melhora da inserção laboral das mulheres ao longo do tempo, ainda aquém quando comparado ao tempo médio dos homens.

Educação e língua: apesar de avanços entre pessoas interiorizadas, crianças e adolescentes abrigados ainda enfrentam mais dificuldades de acesso à escola. A compreensão do idioma português melhorou, especialmente entre mulheres.

Saúde reprodutiva: cresceu o uso de métodos contraceptivos, mas persistem barreiras no acesso ao pré-natal e à prevenção de câncer entre mulheres abrigadas.

Insegurança alimentar e discriminação: aumentaram entre as mulheres abrigadas e entre as pessoas interiorizadas em geral.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que tualmente, a população venezuelana forma o maior grupo estrangeiro no Brasil, com 271,5 mil pessoas.

A maioria das pessoas que foram interiorizadas expressa o desejo de permanecer no Brasil, evidenciando o potencial da estratégia de interiorização, desde que acompanhada de políticas públicas robustas e sensíveis às desigualdades de gênero integradas e atentas para a inclusão social e laboral dessas pessoas.

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