Maioria dos consumidores pretende aproveitar promoções, e quase metade deve usar a primeira parcela do 13º salário nas compras
De acordo com pesquisa de intenção de compra na Black Friday, realizada pela PiniOn a pedido da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), 37,5% dos 1.675 entrevistados a nível nacional pretendem fazer compras na data, 31,6% responderam que não têm essa intenção e 30,8% ainda estão indecisos. Em relação ao levantamento realizado no ano passado, houve leve aumento no número de entrevistados que manifestaram intenção de compra, redução dos que não pretendem consumir e um pequeno acréscimo entre os indecisos.
Entre os motivos para comprar durante a Black Friday, 25,1% dos consultados declararam intenção de antecipar as compras de Natal, 46,3% desejam aproveitar as grandes promoções e descontos oferecidos apenas nesse período, enquanto, a maioria (48,3%) têm interesse em adquirir itens que realmente necessita. Esses resultados indicam que, assim como nos últimos quatro anos, não deve haver “canibalização” significativa das compras natalinas, o que gera perspectiva de crescimento das vendas do varejo, tanto em novembro quanto em dezembro.
Entre os consumidores que planejam realizar compras no período, 45,7% pretendem gastar mais do que em 2024, enquanto 20,2% afirmam o contrário. A maioria (56,7%) pretende gastar entre R$ 50 e R$ 900. Em comparação com o levantamento do ano passado, houve leve redução no número dos que pretendem gastar mais e uma queda mais acentuada entre os que afirmam não aumentar os gastos durante a Black Friday.
A pesquisa também mostrou que 47,6% dos entrevistados pretendem utilizar a primeira parcela do 13º salário nas compras da Black Friday, enquanto 20,2% não devem recorrer a esse recurso. Ambas as proporções caíram em relação ao levantamento anterior, mas a redução foi mais expressiva entre os que não pretendem usar esse benefício.
Em relação ao local e à forma de compra, 58% dos consumidores devem comprar em grandes redes de varejo, e 57,8% planejam realizar as aquisições de forma on-line, pelo computador, celular ou tablet, comportamento que se mantém consolidado nos últimos anos.

Na tabela abaixo, apresentamos as principais categorias de bens e serviços incluídas na intenção de compra dos entrevistados, bem como as formas de pagamento preferidas, à vista (dinheiro/débito, PIX) ou parceladas. Vale destacar que cada participante pôde escolher mais de uma opção.
Nas intenções de compra levantadas, assim como no ano passado, continuam predominando, em termos individuais, roupas, calçados e acessórios (36,7%), celular (25,5%), perfume (23,1%), móveis e artigos para o lar (19,5%), computador, notebook e tablet (14,4%), televisor (16,5%) e artigos de linha branca (43,3%). Chama a atenção que, de modo geral, à semelhança dos resultados observados nos últimos três anos, há uma preferência muito maior pelo pagamento à vista, reflexo do alto custo do crédito em um contexto de elevado endividamento das famílias.
Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, as perspectivas para as vendas da Black Friday deste ano são favoráveis e apontam para um desempenho superior ao de 2024. Segundo ele, o avanço do emprego e da renda, sustentado pela resiliência do mercado de trabalho, deve impulsionar o consumo.
Ruiz de Gamboa destaca ainda que as maiores transferências e pagamentos realizados pelo Governo Federal reforçam o poder de compra das famílias, contribuindo para manter o ritmo de crescimento das vendas. “Esse conjunto de fatores cria um ambiente favorável para o varejo”, observa o economista.
Com uma expressiva parcela de consumidores ainda indecisos, o cenário abre espaço para que o comércio amplie seus resultados e consolide a Black Friday como uma das datas mais relevantes do calendário de vendas no Brasil.
