O mercado reviu para cima, pela terceira semana seguida, a previsão de crescimento da economia brasileira para 2022. Segundo o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28), a projeção dos analistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumente 2,81% este ano.
No início do ano, o Focus trazia projeções tímidas de crescimento para 2022. O mercado apostava em alta não superior aos 0,3%. Para o economista Cesar Lima, as estimativas do PIB foram melhorando à medida que o cenário de incerteza esperado pelos analistas não se confirmava.
“Não só a atividade econômica está acima da expectativa. Na verdade, havia no início do ano um mau humor geral do mercado diante do quadro político e social, uma possibilidade de retomada da pandemia, incerteza quanto ao futuro político do país. Todas essas incertezas, ao longo do tempo, foram sendo dirimidas, o que ocasionou um otimismo maior por parte do empresariado. Isso se reflete diretamente nesses números que estamos vendo”, avalia.
A estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2023 permaneceu em 0,7%, também pela terceira semana consecutiva, de acordo com o Focus. Para 2024, espera-se alta de 1,7% no PIB.
O deputado federal Alexis Fonteyne (Novo-SP) acredita que a atividade econômica já está respondendo à aprovação de vários marcos regulatórios nos últimos anos.
“Esse crescimento que está acontecendo é uma inércia de todos os investimentos que estão sendo feitos, provocados por essa abertura de novos marcos, como saneamento, cabotagem, gás. Está tendo muitos investimentos em infraestrutura no Brasil e é um reflexo natural. É geração de emprego, é dinheiro que entra”, afirma.
Inflação
A projeção em torno da inflação também continua subindo, segundo o Focus. Há quatro semanas, o mercado projetava que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 5,61%. Hoje, a expectativa é de alta de 5,91%. Foi o quinto aumento consecutivo dessa estimativa. Já para 2023 e 2024, as projeções para a inflação oficial são de 5,02% e 3,5%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15), que funciona como uma prévia da inflação para o mês, subiu 0,53% em novembro.
O Focus também aponta que a estimativa do mercado para a taxa básica de juros da economia, a Selic, é de 13,75% para este ano. Assim, os analistas apostam que o Copom (Comitê de Política Monetária), responsável por definir a Selic, não vai alterar a taxa de juros em sua última reunião do ano, que vai ocorrer nos dias 6 e 7 de dezembro.
Expectativa do mercado para o crescimento da economia chega a 2,8% e ultrapassa projeções do governo