Mercado de seguros de vida privado no país vem crescendo e se tem se mostrado promissor
Ter uma apólice de seguro é extremamente importante quando pensamos em um planejamento financeiro consistente, tanto familiar como pessoal. Em países com economias desenvolvidas como Japão e Estados Unidos, a população investe mais em produtos voltados à proteção, lidando melhor com questões inesperadas ao longo da vida.
Apesar da taxa no Brasil ser de 17%, o mercado de seguros de vida privado no país vem crescendo e se tem se mostrado promissor. De acordo o relatório Síntese Mensal, produzido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o seguro de vida de pessoas atingiu, em março de 2024, o montante acumulado de R$ 8 bilhões, valor que representa um crescimento de 15,2%, em relação ao mesmo período de 2023.
Nesse sentido, o segmento de seguro de vida também tem ganhado mais espaço no ecossistema de investimentos, complementando a diversificação da carteira do investidor. Segundo Camila Iensen, Head de Sales da Monte Bravo, responsável também pela área de Soluções Patrimoniais, em 2023 a corretora teve R$ 47 milhões de emissão em seguros de vida. “Nosso tíquete médio é de R$ 40 mil, já que o perfil de cliente que tem apresentado maior interesse por apólice de seguro de vida é o de alta renda”, explica.
Camila também diz que a apólice de seguro de vida pode ser uma ferramenta sucessória simplificada e eficiente dependendo de algumas situações e do perfil do cliente. “Acaba sendo atrativo por ter um tratamento tributário isento, porque o benefício a ser pago não é considerado herança e não pode responder por dívidas do segurado”, sinaliza Iensen.
Desde o final do ano passado, com a aprovação da Reforma Tributária pelo Congresso Nacional, ficou expressa a previsão de que o imposto sobre transmissão causa mortis e doação (ITCMD) será progressivo. Os estados deverão determinar em suas respectivas legislações as faixas bases pelas quais as alíquotas irão progredir – de 2% a 8%.
“O seguro de vida é uma importante ferramenta de liquidez para herdeiros, quando alguns tributos não foram levados em consideração no planejamento financeiro familiar. Sabemos que a alíquota do ITCMD é um dos principais fatores que podem gerar um aumento significativo no custo do inventário”.
Camila aproveita para explicar outra questão importante: o seguro de vida não deve ser pensado apenas como um benefício quando há a indenização, no caso de morte. “Temos a opção do modelo vitalício, mas também do resgatável, que tem cobertura em vida, para imprevistos financeiros como, por exemplo, o tratamento de uma doença grave”.
Ela diz que o brasileiro está mudando um pouco essa mentalidade de não pensar no futuro, focando mais em proteção e em planejamento financeiro a longo prazo. “Tivemos a pandemia que nos trouxe alguns ensinamentos importantes quando pensamos na segurança patrimonial e sucessória das famílias. Há ainda um mercado com muitas oportunidades no setor de seguros”. Camila finaliza dizendo que acredita que fomentar a educação financeira no Brasil trará uma mudança positiva na percepção das pessoas em relação aos benefícios de ter uma reserva financeira.