Com mais de 34 milhões de beneficiários, setor busca equilíbrio entre crescimento e viabilidade econômica
O acesso à saúde bucal nunca esteve tão em evidência no Brasil. Com um crescimento constante nos últimos anos, os planos odontológicos atingiram a marca de 34,46 milhões de beneficiários em dezembro de 2024, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), impulsionados pela maior conscientização da população que busca o bem-estar e a qualidade de vida. Mas, por trás desse avanço, há um desafio central: garantir a sustentabilidade do setor diante do aumento da demanda e da exigência cada vez mais alta dos beneficiários por serviços de qualidade e próximos de seu local do trabalho ou de sua residência.
Os planos odontológicos operam sob o princípio do Mutualismo, garantindo acesso universal a tratamentos de qualidade. Em essência, quando os beneficiários pagam uma mensalidade, esse valor é utilizado para cobrir os custos de cuidados dentários para todos que precisam, desde os procedimentos simples, como consultas e limpezas, até os tratamentos mais especializados, como de canal, cuidados com a gengiva e cirurgias, entre outros.
É por meio desse mecanismo que os custos são distribuídos de forma equilibrada entre todos, assegurando que ninguém fique sem atendimento em função de uma incapacidade financeira individual. O sistema mutualista depende, portanto, do equilíbrio entre as contribuições dos beneficiários e o uso dos serviços. “Assim, promover o uso consciente é essencial para que o modelo continue a oferecer acesso a tratamentos de qualidade, beneficiando todos os usuários”, salienta Dr. Roberto Cury, Presidente da Associação Brasileira de Planos Odontológicos (Sinog), que representa 72% do mercado no segmento.
Para manter esse sistema sustentável, é preciso uma gestão eficiente por parte das operadoras de planos odontológicos, o que inclui controle de custos, eficiência e prevenção a fraudes. Acima de tudo, é fundamental que haja, também, o compromisso dos Beneficiários em manter suas mensalidades em dia.
“Um dos grandes desafios do setor é fidelizar os beneficiários para que não cancelem o plano logo após a conclusão do tratamento. Essa oscilação na carteira de clientes, mais comum nos planos individuais, pode encarecê-los”, diz Dr. Cury, reforçando a importância de as pessoas entenderem que ter e manter uma rotina adequada de higiene bucal durante toda a vida é sinônimo de saúde e bem-estar e impacta significativamente na qualidade de vida não somente da saúde bucal, mas também integral na saúde das pessoas.