Concentração em grandes corporações e potencial de crescimento entre micro e pequenas empresas revelam um mercado em expansão
Um novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostra que os planos odontológicos empresariais já cobrem metade dos empregados formais e suas famílias no Brasil, em uma demonstração de que a saúde bucal está cada vez mais presente na vida do trabalhador formal brasileiro. Em 2024, para cada 100 empregos formais no País, havia 29,4 titulares de planos odontológicos e, considerando dependentes, 52,4 beneficiários. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo “A Saúde Odontológica Suplementar no Brasil: Perfil dos Contratantes de Planos Odontológicos em 2024”.
“A odontologia suplementar evoluiu para além do atendimento emergencial. Hoje ela é um elo estratégico da saúde corporativa e um componente essencial da prevenção e promoção da saúde, dentro de uma estratégia integrada de cuidados de saúde”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
O relatório mostra que o benefício está fortemente vinculado ao mercado de trabalho formal e se tornou parte das políticas corporativas de valorização e retenção de colaboradores. “A relação direta entre emprego e odontologia suplementar mostra como os planos empresariais se tornaram um instrumento de inclusão social. Ao crescer o emprego, cresce também a cobertura odontológica”, analisa.
Atualmente, o Brasil tem 33,6 milhões de beneficiários em planos exclusivamente odontológicos — o maior número da série histórica iniciada em 2000 —, dos quais 71% estão vinculados a contratos empresariais. Entre os grandes setores, Serviços responde por mais da metade da cobertura (55%), seguida da Indústria (24%).
Grandes e pequenos
A odontologia suplementar brasileira é marcada por uma estrutura dual: de um lado, milhares de microempresas contratantes, que garantem presença territorial ampla; de outro, poucas corporações de grande porte, responsáveis pela escala e sustentabilidade do sistema. Esse modelo faz da odontologia um dos segmentos mais dinâmicos da saúde suplementar, com espaço para crescer nos setores de comércio e serviços, especialmente com a inclusão de dependentes nos contratos corporativos.
O estudo expressa o cenário de contrastes que caracteriza a economia brasileira. Embora mais de 92% das empresas contratantes de planos odontológicos tenham até 19 vínculos, elas respondem por 19% dos beneficiários. Já as grandes corporações, que representam 0,2% dos contratantes, concentram 39% das vidas cobertas, cerca de 9,5 milhões de pessoas. Essa estrutura, segundo o IESS, combina ampla capilaridade na base empresarial com forte concentração da cobertura nas organizações de grande porte.
A análise setorial reforça esse padrão. A indústria lidera em número de beneficiários (27,7%), seguida por finanças, saúde e atividades administrativas, setores com vínculos mais estruturados. Em contrapartida, comércio e serviços de baixa complexidade, apesar de serem intensivos em mão de obra, ainda têm cobertura abaixo da média nacional, o que revela um potencial de crescimento expressivo.
“A adesão a planos odontológicos reflete a valorização do benefício como política de recursos humanos. Por seu custo acessível e alta percepção de valor, o plano odontológico tornou-se um diferencial competitivo e um elemento importante do cuidado preventivo”, destaca Cechin.
