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Presença de mulheres em cargos de liderança cresce devagar e cenário ainda é frágil, aponta pesquisa

Desigualdade de gênero no Setor Jurídico: maioria nas faculdades, mulheres perdem espaço nos escritórios / Foto: Tim Gouw / Unsplash Images
Foto: Tim Gouw / Unsplash Images

América Latina é a região com a maior porcentagem de cargos de alta liderança ocupados por mulheres no mundo.

Embora a participação de mulheres em cargos de alta liderança continue aumentando ano a ano, esse crescimento ainda é lento e o cenário atual pode mudar rapidamente. Essas foram algumas das conclusões do estudo Women in Business: Pathways to Parity, uma pesquisa conduzida anualmente pela Grant Thornton, uma das maiores empresas globais de consultoria, auditoria e tributos.

Em sua 20ª edição, o relatório aponta que as mulheres ocupam hoje 33,5% dos cargos de liderança sênior em empresas de médio porte. Enquanto isso representa um salto significativo na comparação com 20 anos atrás – quando o número era de apenas 19,4% -, o crescimento na comparação com o ano passado é mínimo: 1,1%, de acordo com a Grant Thornton. “Sem um foco maior nessa questão, no ritmo atual a paridade entre mulheres e homens em liderança sênior não será alcançada antes de 2053”, projeta o estudo.

Os dados também revelam que, por conta da ainda baixa presença feminina em posições de mid management (em gerências, por exemplo), o cenário de crescimento nos papéis de alta liderança é frágil. “Se uma CEO deixa o cargo por qualquer motivo, as chances de que uma mulher venha a substitui-la é pequena”, observa a sócia de Auditoria da Grant Thornton, Élica Martins. A pesquisa, inclusive, destaca que essa situação pode se apresentar em breve, pois a queda na quantidade de CEOs mulheres foi acentuada. No fim de 2022, 28% dessas posições eram ocupadas por mulheres. No fim do ano passado, o número caiu para 19%.

Apesar do progresso lento e do cenário incerto, há razões para otimismo. “A conversa mudou nesses 20 anos”, pondera Élica. “Há um maior empoderamento feminino para tomar decisões que apoiem suas próprias prioridades pessoais e de carreira. Isso inclui flexibilidade do modelo de trabalho e a aceitação de diferentes padrões e características de liderança que abrem espaço para mulheres atuarem como elas mesmas em seus papeis como líderes”, diz a executiva, que também é líder do escritório de Campinas e dos serviços para a indústria de Energia e Recursos Naturais..

 

América Latina na liderança

O retrato local da pesquisa conduzida pela Grant Thornton revela que a América Latina é a região com a maior porcentagem de cargos de alta liderança ocupados por mulheres no mundo, com 36%. O estudo identifica uma tendência de ações por parte dos governos da região para incentivá-las no trabalho – com destaque para aprovação no Senado brasileiro da Reforma Trabalhista em 2023, que contém peças de promoção de equidade e remuneração justa – e a Lei de Equidade de Gênero na Argentina. Ainda assim, a pesquisa aponta para evidências de que, abaixo da superfície, esses esforços não estão levando a um processo igualitário em todas as empresas, já que 12% das companhias não têm qualquer liderança sênior feminina, e em 17%, mulheres ocupam apenas uma posição de alta liderança.

 

Metodologia

O estudo Women in Business: Pathways to Parity, da Grant Thornton, faz parte do International Business Report (IBR), a maior e mais significativa pesquisa de negócios de médio e grande porte no mundo. Ela ouve mais de 5 mil executivos e executivas sênior semestralmente, de companhias públicas ou privadas em todo o planeta.

Os resultados do relatório são provenientes de cerca de 5 mil entrevistas realizadas entre outubro e novembro de 2023 em empresas de todos os setores da economia em 28 países. No Brasil, mais de 190 empresas fizeram parte do estudo.

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