Presença de negros e pardos cresce cada vez mais em cargos de liderança na tecnologia, de acordo com pesquisa

photography of people inside room during daytime
Foto: Christina Wocintechchat no Unsplash

Dados do estudo  “Antes da TI, a Estratégia” mostram avanço de grupos minorizados em posições de C-Level; mas brancos ainda são maioria nas cúpulas das empresas

No mês que celebramos o Dia da Consciência Negra, o setor de tecnologia brasileiro ganha um retrato importante, porém, ainda desigual, sobre quem ocupa as posições de comando. A edição 2025 da pesquisa “Antes da TI, a Estratégia”, conduzida pelo IT Forum com 327 executivos, revela que profissionais negros e pardos têm avançado em funções de liderança, embora ainda enfrentem barreiras profundas de acesso e ascensão.

Segundo o levantamento, 69% dos respondentes autodeclarados negros e pardos ocupam cargos de diretoria, contra 55% dos que se identificam como brancos. Os números sinalizam um movimento de crescimento e fortalecimento dos grupos minorizados no ecossistema de TI. Contudo, essa ascensão é contida quando avançamos para o topo. Em postos iguais ou similares à vice-presidência, os brancos voltam a ser maioria, ocupando 19% ante a 10% de negros e pardos.  

Para Bruna Bomfim, gerente de Pesquisa e Inteligência do IT Forum, o recorte da pesquisa ganha peso especial neste mês de novembro. “É inegável que avançamos, mas o ritmo ainda está muito distante do necessário. Em um setor que dita o futuro do País, diversidade não pode ser exceção. Esses números mostram progresso, mas também reforçam o tamanho do desafio para que lideranças negras ocupem espaços que historicamente lhes foram negados”, afirma.

Avanços tímidos

Quando falamos de mulheres negras e pardas ocupando espaço no mercado de tecnologia, as conquistas são ainda mais lentas. Em números arredondados, das 46 mulheres respondentes, apenas 7 são negras e pardas, o equivalente a 14%.

O estudo identificou ainda a ausência total de pessoas indígenas em cargos de liderança pelo segundo ano consecutivo. Um dado que reforça o apagamento histórico desse grupo na economia digital.

A análise do IT Forum reforça que, embora o setor apresente sinais de evolução, ainda está longe de refletir a pluralidade racial que compõe a população brasileira. “No mês da Consciência Negra, os números servem como um lembrete de que representatividade no C-level não é apenas estatística, mas sim um elemento central para inovação, competitividade e justiça social num setor que ajuda a moldar o futuro do país”, conclui Bruna.

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