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Previdência privada é uma das estratégias para segurança financeira em tempos de instabilidade econômica

Presidentes da Previ e Petros debatem fomento da previdência complementar no 44º CBPP / Foto: Sasun Bughdaryan / Unsplash Images
Foto: Sasun Bughdaryan / Unsplash Images

Confira sessão de perguntas e respostas com Giovani Russo, assessor de Investimentos e especialista em renda variável e previdência

  • Em períodos de instabilidade econômica, como a previdência privada pode oferecer mais segurança financeira?

Isso depende muito de qual fundo de previdência você vai investir. Existem previdências conservadoras, moderadas e agressivas, que investem em ações, por exemplo. O ideal é identificar o seu perfil de investidor junto com um profissional antes de fazer sua previdência.

  • Muitas pessoas deixam de planejar a aposentadoria porque acreditam que é um objetivo distante. Qual é a idade ideal para começar a investir em previdência privada?

O quanto antes melhor. No começo, quando o capital financeiro é pequeno, parece que mal está rendendo, porém, veja o impacto a longo prazo neste exemplo: R$ 1.000 rendem aproximadamente R$ 10,00 por mês. Ao longo do tempo o efeito do juros sobre juros só aumenta. R$ 100.000,00 rendem aproximadamente R$ 1.000,00 por mês, ou seja, R$ 1.000,00 a mais sendo reaplicados sem você ter que colocar a mão no bolso, a aplicação se auto alimentando. No mês seguinte sua previdência passa a render sobre R$ 101.000,00 e assim suscetivelmente. Percebe o potencial?

  • Por que os jovens devem começar a pensar em previdência privada mesmo estando no início de suas carreiras?

Os jovens têm o tempo ao seu favor. Com um valor pequeno de investimento mensal, você faz uma grande diferença em seu futuro. Exemplo: Um jovem de 18 anos que começa a investir em uma previdência de R$ 100,00 por mês, considerando a taxa de juros atual, em 40 anos ele teria aproximadamente R$ 1.176.477,30. Aos seus 58 anos teria um capital financeiro relevante, que construiu com um custo mensal de um jantar. A grande chave deste exemplo é a disciplina e o tempo.

  • Quais são as principais diferenças entre a prevenção privada e a pública em termos de benefícios e flexibilidade?

São dois modelos bem diferentes. Na previdência pública, há um tempo mínimo de contribuição, que varia entre 30 e 35 anos, para que você tenha acesso à aposentadoria. No entanto, ao longo desse período, você conta com benefícios como auxílio-acidente, salário-maternidade, benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença), pensão por morte para dependentes, entre outros. Ao se aposentar, o valor mensal recebido pode variar de R$ 1.518,00 a R$ 8.157,41, dependendo do total contribuído.

Já na previdência privada, não há benefícios adicionais, mas ela oferece muito mais flexibilidade. Não existe um prazo mínimo de contribuição para acesso ao recurso, e você pode realizar saques a qualquer momento. Além disso, não há piso ou teto para o valor mensal; você pode optar por sacar o valor integralmente ou convertê-lo em uma renda periódica.

  • Quais são os principais tipos de planos de previdência privada e como escolher o mais adequado?

  • VGBL = Imposto de renda incide apenas sobre o rendimento;
  • PGBL = Imposto de renda incide sobre tudo (aporte + rendimento).
  • Tributação Regressiva = Imposto de renda começa em 35% e chega em 10%;
  • Tributação Progressiva = Imposto de renda fixo em 15%, porém compensável de acordo com a sua alíquota tributária.

Recomendo procurar a ajuda de um profissional para realizar os cálculos. Caso você pague um valor alto de IR em suas declarações anuais, através de uma PGBL, você pode ter uma economia, abatendo em até 12% da sua alíquota tributária de imposto de renda. Por exemplo, se você ganha R$ 100.000,00 por ano, através do investimento em uma PGBL você pode deduzir em até R$ 12.000,00 e passar a pagar imposto de renda em cima de R$ 88.000,00 ao invés de R$ 100.000,00.

Por outro lado, se você não pagar IR em suas declarações, o VGBL é a melhor opção.

  • Como são calculados os rendimentos de um plano de previdência privada e quais fatores os influenciam?

Isso depende muito do fundo de previdência que você escolher. Existem fundos que acompanham a SELIC, inflação, ações e outros que investem em vários fatores de risco diferentes. No momento de escolher qual estratégia você vai seguir, recomendo procurar um especialista na área.

  • Como a previdência privada pode ser usada como ferramenta de planejamento sucessório?

Atualmente, a previdência privada é um investimento isento de Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) e que não passa por inventário. Isso significa que, em caso de falecimento do titular, o capital é transferido diretamente para os beneficiários, proporcionando liquidez aos sucessores. Essa liquidez pode ser útil tanto para custear despesas com o inventário quanto para facilitar a transferência de patrimônio sem a incidência do ITCMD.

  • Como o cenário de alta ou queda da taxa de juros impacta os investimentos em previdência privada?

Depende da estratégia do fundo de investimento que você estiver alocado. Por exemplo, se estivermos em um cenário de alta de juros e você estiver em um fundo que acompanha a taxa de juros, será beneficiado com maiores retornos. Em contrapartida, se o fundo for de ações, você terá prejuízos.

Quando os juros sobem, a tendência é que os investidores vendam suas ações, derrubando o preço das mesmas.

Quando os juros caem, a tendência é que os investidores comprem ações, aumentando o preço das mesmas.

  • Quais as melhores opções em relação a pagamento de impostos?

A melhor opção em termos de economia de imposto de renda no longo prazo é o VGBL Regressivo.

VGBL = O imposto de renda incide apenas sobre o rendimento.

Modelo Regressivo funciona na seguinte forma:

  • Até 2 anos = 35%
  • 2 a 4 anos = 30%
  • 4 a 6 anos = 25%
  • 6 a 8 anos = 20%
  • 8 a 10 anos = 15%
  • 10 anos + = 10%

Exemplo, você tem uma previdência a 20 anos e vai sacar tudo:

  • Aplicação total R$ 500.000,00
  • Guardei R$ 400.000,00
  • Rendeu R$ 100.000,000

Incide 10% de IR apenas sobre os R$ 100.000,00 = R$ 10.000

R$ 500.000 – R$ 10.000 = R$ 490.000 líquido

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