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Programa de Aquisição de Alimentos chega aos 22 anos com avanços na promoção da segurança alimentar

Programa de Aquisição de Alimentos chega aos 22 anos com avanços na promoção da segurança alimentar / Foto: Yako Guerra - MDS / Divulgação
Foto: Yako Guerra – MDS / Divulgação

Desde a retomada, em 2023, são mais de 288 mil toneladas de alimentos adquiridos e distribuídos a cerca de 16 mil entidades socioassistenciais e escolas

Ao longo de 22 anos, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) reflete a força da parceria entre governo e sociedade no enfrentamento do desafio de promover a segurança alimentar e nutricional. Em um país tão diverso como o Brasil, o PAA proporciona o acesso à alimentação saudável para pessoas em situação de insegurança alimentar e o fortalecimento da agricultura familiar, gerando trabalho, renda e inclusão social e impulsionando a economia nos municípios, promovendo o desenvolvimento local.

O programa foi determinante para a saída do Brasil do Mapa da Fome, da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, porém, foi sendo desconfigurado nos últimos anos. Em 2023, com a reformulação por meio da Lei nº 14.628/2023 – que nesta semana completa dois anos de vigência – o novo PAA se destaca pelo caráter transversal, que hoje se traduz na participação no processo de implementação de diversos programas de promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada, como a Estratégia Alimenta Cidades, o Programa Cozinha Solidária, as ações de promoção da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar, entre outros.

Desde o início da execução do novo PAA, há dois anos, o investimento total do Governo do Brasil foi de R$ 2,8 bilhões, com acúmulo de resultados positivos na promoção da segurança alimentar e nutricional. Cerca de 112 mil famílias agricultoras forneceram para o programa 288 mil toneladas de alimentos, que foram distribuídos localmente para organizações da rede socioassistencial, públicas e filantrópicas de ensino e saúde e justiça e para equipamentos de segurança alimentar e nutricional, como Restaurantes Populares, Cozinhas Comunitárias, Bancos de Alimentos. Ao todo, foram beneficiadas no período cerca de 16 mil organizações que atendem pessoas em vulnerabilidade e insegurança alimentar, ou seja, que não têm acesso à alimentação de forma regular e adequada.

Entre outras finalidades, o PAA foi instituído para contribuir com a promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável (previsto no art. 6º da Constituição Federal), incentivar o consumo e a valorização dos alimentos produzidos localmente, pela Agricultura Familiar, promover o abastecimento alimentar (que envolve as compras governamentais de alimentos), promover e valorizar a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica de alimentos. Além disso, visa incentivar hábitos alimentares saudáveis tanto local quanto regionalmente, incentivar o cooperativismo e o associativismo e a produção de alimentos por povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, assentados da reforma agrária, pescadores artesanais, negros, mulheres, juventude rural e agricultores familiares urbanos e periurbanos e reduzir as desigualdades sociais e regionais brasileiras.

O PAA e o SISAN

A partir de 2023, além de estar aderido ao PAA ( SisPAA), a legislação determina também que os estados e municípios interessados em executar o programa devem fazer a adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), o que expressa, de forma concreta, a importância do SISAN no fortalecimento e promoção da segurança alimentar no país.

Atualmente, mais de 1800 municípios aderiram ao PAA.

Para saber mais sobre as vantagens de fazer parte desse Sistema e a documentação necessária para solicitar adesão ao SISAN, acesse este link.

Segurança Alimentar

O PAA apoia o recém-criado Programa Cozinha Solidária, em uma de suas modalidades de execução, com o fornecimento de alimentos adquiridos da Agricultura Familiar, seja por meio da parceria direta do MDS com estados e municípios, seja por meio da parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Conab/MDA), com recursos descentralizados pelo MDS.

Jeane Cristina Ramos é moradora do Sol Nascente, na Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Ela tem quatro filhas e costumava buscar comida na Cozinha Solidária da região quando estava desempregada. A unidade alimenta de 100 a 120 pessoas diariamente. São crianças, idosos, mulheres e famílias da comunidade que dependem do fornecimento de alimentos gratuitos.

Hoje, Jeane é cozinheira na unidade e retribui a ajuda que recebeu quando mais precisou. “A gente faz a comida com muito amor e carinho, entendeu? Então, todo dia, para nós, é gratificante estar aqui na cozinha”, afirmou.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, reforça que o PAA é uma ferramenta referência para o mundo e ajuda a garantir alimentação básica e saudável para quem mais precisa.

“É preciso assegurar que tenhamos toda essa rede de restaurante popular, cozinhas solidárias, banco de alimentos, alinhados com o combate ao desperdício, integrando a superação da fome e a superação da pobreza”, destacou o titular do MDS.

Agricultura Familiar

Em um país que vive o paradoxo de ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo ao mesmo tempo em que é um dos mais desiguais do planeta, reduzir as desigualdades sociais e regionais brasileiras – uma das finalidades estabelecidas por lei ao PAA – passa pelas mais diferentes dimensões deste desafio. Além de promover segurança alimentar país afora, o PAA contribui para a inclusão produtiva de agricultores e agricultoras familiares, especialmente por meio da modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS), possibilitando a aquisição direta de alimentos pelo Governo Federal, que repassa o recurso referente à produção fornecida para o Programa diretamente na conta de quem produz.

Beneficiária do Bolsa Família, a agricultora familiar Cliene Santos, de 42 anos, fornece parte da produção da família ao PAA. Ela é casada, mãe de cinco filhos e vive com a família em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal. Cliene conta que sempre sonhou em trabalhar com a terra. Segundo a agricultora, a motivação de deixar a cidade veio por meio desse sonho, que só foi possível graças ao PAA.

“Com o Programa, a gente pode fazer muito mais. Hoje a gente está com transporte melhor para trabalhar. Tudo isso o programa ajuda e nos dá segurança”, declarou Cliene, que produz ao lado do marido Jurandy Pereira, vagem, abóbora, quiabo, pepino, couve, cenoura, mandioca, entre outros legumes e hortaliças.

PAA Indígena

Com a retomada do PAA em 2023, o MDS criou o PAA indígena e o PAA Quilombola, voltados, exclusivamente, para a aquisição e a entrega de alimentos para as populações indígenas e quilombolas, grupos populacionais que convivem com elevados indicadores de insegurança alimentar grave. Boa parte dos alimentos doados é adquirida de famílias que produzem nessas mesmas comunidades tradicionais, fortalecendo a capacidade produtiva e respeitando seus hábitos alimentares, fazendo com que passem a depender cada vez menos de cestas de alimentos doadas em caráter emergencial.

“Estávamos cansados, e a nossa comunidade pediu socorro, sendo atendida pelo Governo do Brasil por meio do PAA Indígena”, comentou a indígena Danieli Luiz, 41 anos, do povo Terena, do Mato Grosso do Sul.

Danieli Luiz preside uma associação de mulheres Terena no município de Aquidauana (MS) e relatou os resultados do programa na comunidade. “Hoje, temos mais de 25 produtores ativos que entregam seus produtos. Isso representa muito para nós, pois enquanto indígenas, nós somos a própria agricultura familiar. O reconhecimento do governo por meio desse programa é extremamente valioso”, enfatizou.

PAA Leite

O PAA Leite é uma modalidade do programa que tem como foco o atendimento das pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, que vivem no território da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), abrangendo todos os estados da região Nordeste e o norte de Minas Gerais. Foram mais de 60 milhões de litros de leite adquiridos e distribuídos, desde 2023.

O leite adquirido e beneficiado com recursos do Governo do Brasil é distribuído diretamente às famílias em vulnerabilidade socioeconômica e às entidades sociais públicas das áreas de saúde, educação e assistência social, bem como organizações civis, integrando políticas e ações de diversas áreas, visando a garantia de renda, do acesso a serviços públicos e da inclusão produtiva.

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