Qualquer empresa, independentemente de tamanho ou setor, pode ser afetada por falhas sistêmicas inesperadas
A vulnerabilidade das empresas diante de apagões cibernéticos ficou evidente há algumas semanas, quando uma falha nos sistemas da CrowdStrike, uma fornecedora de serviços de segurança digital, provocou atrasos em voos e prejudicou serviços bancários e de comunicação em várias partes do mundo. O incidente, ocorrido em 19 de julho de 2024, paralisou companhias aéreas como American Airlines, United e Delta, com mais de 1.400 voos cancelados nos Estados Unidos e outros 4.000 atrasados, segundo o site FlightAware. No Brasil, usuários enfrentaram problemas com aplicativos bancários fora do ar, enquanto bolsas de valores globais registraram intercorrências em suas operações.
A Microsoft esclareceu que o apagão teve origem em sistemas do Windows devido a uma atualização de uma plataforma de software de terceiros e que não havia indícios de ataque hacker. Diante desse cenário, é crucial discutir como empresas podem se preparar para mitigar os impactos de apagões cibernéticos semelhantes no futuro.
Coberturas de seguros: uma rede de segurança para empresas
“As empresas devem considerar coberturas abrangentes que protejam contra diferentes tipos de riscos cibernéticos, como interrupção de negócios, perda de dados, danos à reputação e custos de recuperação”, aconselha Ilan Kajan, vice-presidente de Riscos Corporativos da Alper Seguros. Com incidentes como o recente apagão cibernético em mente, Kajan destaca a importância de coberturas específicas para extorsão cibernética, que incluam resgate de dados sequestrados e responsabilidade civil por violação de privacidade. “Além disso, seguros que oferecem suporte técnico especializado para responder a incidentes de maneira rápida e eficaz e uma comunicação pontual são cruciais para mitigar impactos”, afirma.
Os eventos de julho servem como um lembrete de que qualquer empresa, independentemente de seu tamanho ou setor, pode ser afetada por falhas sistêmicas inesperadas. Seguros cibernéticos que incluem monitoramento contínuo e resposta a incidentes em tempo real são diferenciais importantes para minimizar as perdas em um ambiente cada vez mais digital e interconectado.
Medidas imediatas: como empresas e consumidores podem se proteger
Quando um apagão cibernético ocorre, ações rápidas e bem coordenadas são essenciais. “A primeira medida é ativar imediatamente os planos de contingência, que devem incluir backups regulares e armazenados em locais diferentes dos sistemas principais”, recomenda Kajan. Ele enfatiza que as empresas precisam isolar os sistemas afetados para evitar a propagação do problema, enquanto os consumidores devem manter atualizações de segurança em dispositivos e utilizar autenticação multifator para proteger suas contas.
A resposta rápida não apenas limita o alcance dos danos, mas também ajuda a preservar a confiança do público. “A comunicação transparente e rápida com clientes e parceiros é fundamental para minimizar os danos à reputação”, pontua Kajan, ressaltando que a reação ao incidente deve ser tão importante quanto as medidas de prevenção.
Proteção em setores críticos: impactos na aviação, saúde e no mercado financeiro
O apagão de julho demonstrou que setores críticos, como aviação e mercado financeiro, são altamente vulneráveis a interrupções tecnológicas. “Em casos de cancelamento de voos por falhas sistêmicas, o seguro viagem pode cobrir despesas com hospedagem, alimentação e remarcação de passagens, além de fornecer assistência 24 horas para ajudar o consumidor a reorganizar seus planos de viagem”, explica Kajan. Ele alerta que é essencial que os consumidores verifiquem se suas apólices incluem coberturas específicas para eventos imprevistos, como interrupções tecnológicas.
“Para hospitais e clínicas, seguros que cobrem interrupção de negócios devido a falhas tecnológicas são vitais, pois garantem a continuidade dos serviços críticos. Além disso, apólices que incluam cobertura para custos de reativação de sistemas e recuperação de dados são essenciais. Outra solução importante é a cobertura de responsabilidade civil por falhas que possam impactar diretamente o atendimento aos pacientes, garantindo que tanto os serviços quanto a reputação da instituição sejam protegidos”, aconselha o especialista.
Para o mercado financeiro, os seguros devem oferecer proteção contra interrupções operacionais que incluam perda de receita e despesas adicionais geradas por paralisações. “Coberturas que abordem fraudes cibernéticas e violações de dados são fundamentais para proteger tanto as instituições quanto os investidores”, afirma Kajan, apontando que serviços de monitoramento contínuo são uma peça-chave na mitigação de perdas em um mercado tão dinâmico.
Um chamado para a ação: gestão de riscos cibernéticos
Com a crescente dependência de sistemas digitais, é essencial que empresas adotem uma abordagem integrada de gestão de riscos, que combine seguros cibernéticos com práticas de segurança robustas. “Aqui na Alper temos um entendimento de que a crescente dependência de sistemas digitais aumenta a exposição das empresas a riscos cibernéticos complexos e imprevisíveis. Por isso, é essencial que as empresas adotem uma abordagem integrada de gestão de riscos, que inclua tanto a contratação de seguros cibernéticos quanto a implementação de práticas de segurança comprovadamente eficazes. A Alper Seguros tem buscado constantemente desenvolver soluções personalizadas que ajudem nossos clientes a navegar por esse cenário desafiador, protegendo seus ativos e garantindo a continuidade de seus negócios”, conclui Kajan.
O apagão cibernético de julho é um alerta para empresas e consumidores sobre a importância da preparação e da proteção adequada contra falhas tecnológicas. Ao combinar medidas proativas, seguros cibernéticos abrangentes e uma resposta rápida a incidentes, é possível reduzir significativamente os impactos desses apagões e garantir a resiliência em um mundo cada vez mais conectado.