Com o valor inicial aplicado de R$ 10 mil e aportes mensais de R$ 2.500 um investidor leva pouco mais de 10 anos para conseguir primeiro milhão
Se você tem um capital inicial de R$ 10 mil para investir e disciplina para aplicar mensalmente o total de R$ 2.500, em uma década se tornará milionário. Isso, se decidir alocar seu capital em ativos reais, que rendem em média 21% ao ano. Caso a opção seja a renda fixa (CDI), o tempo de espera aumenta para 12 anos e 7 meses e no mercado acionário para 15 anos e 5 meses. Já na poupança, modalidade preferida pelos brasileiros para guardar recursos, seriam necessários 18 anos e 3 meses.
As estimativas são da Calculadora do Milhão, recém-lançada pela plataforma de investimentos alternativos Hurst Capital. O simulador estipula uma rentabilidade anual de 21% para ativos reais, 14% para o CDI, 9% para o Ibovespa e 6% para a poupança e permite que o usuário defina qual o capital inicial e os aportes mensais que deseja fazer para obter o primeiro milhão.
“Quando vou chegar ao primeiro milhão? Esta é a pergunta que todo o investidor iniciante se faz e que sempre vem rodeada pela palavra depende. Afinal, depende do capital inicial e de quanto se pretende investir por mês e ainda mais de qual é o ativo escolhido. Para resolver esta questão, criamos uma calculadora que, ao comparar diferentes tipos de ativos, responde de forma prática e rápida e dá um caminho a ser seguido sobre quanto precisará aportar por mês”, afirma o CEO da Hurst Capital, Arthur Farache.
Poupança demora o dobro
Para quem já tem um valor inicial maior aplicado, os aportes mensais podem ser mais baixos, porém ainda é essencial manter a disciplina. Segundo o simulador, com um valor inicial de R$ 60 mil, as aplicações ao mês necessárias para ter o primeiro milhão em dez anos caem para R$ 1.500,00. Já para aqueles que ainda não começaram, a calculadora deixa claro que o principal é manter a disciplina de aplicar mensalmente e diversificar para além da poupança. Os cálculos mostram que, com R$ 1.000 ao mês, são necessários 30 anos e 5 meses para obter um milhão. No mercado acionário, o tempo cai para 24 anos e 6 meses, no CDI para 19 anos e com alternativos 14 anos e 11 meses.
“Chama a atenção a diferença de tempo necessário entre a poupança e os alternativos. Quem decide manter seu patrimônio na poupança demora praticamente o dobro do tempo para conseguir se tornar milionário”, observa o CEO da Hurst Capital, Arthur Farache ao lembrar o quão é importante que os brasileiros conheçam novas modalidades de investimentos para otimizar os ganhos de capital.
Segundo a pesquisa Raio-X do Investidor, publicada pela Anbima, 37% da população investiu em produtos financeiros em 2024 (59 milhões de pessoas). Enquanto 32 milhões de pessoas investem apenas na poupança, outras 27 milhões diversificam suas aplicações em mais de um produto. Ainda de acordo com o levantamento, a segurança financeira é a principal vantagem percebida ao investir, tanto entre pessoas que já são investidoras (43%) quanto na população geral (35%). O retorno financeiro aparece como o segundo benefício mais citado e tem crescido como motivação entre os mesmos grupos (30% e 25%, respectivamente).
Alternativos versus renda fixa e bolsa
Mas por que a rentabilidade dos ativos reais ou alternativos é tão mais elevada do que os tradicionais instrumentos do mercado financeiro. A classe envolve investimentos na economia real, como private equity, imóveis, commodities, obras de arte, royalties musicais, criptomoedas, NFTs, precatórios, recebíveis entre outros. Tais ativos são mais estáveis em tempos de crise.
“Ao contrário da renda fixa e da Bolsa, que reagem diretamente aos ciclos de juros e ao humor do mercado, os alternativos têm dinâmicas próprias. Eles não se movem com o sobe-e-desce da Selic ou com a volatilidade do Ibovespa. Isso significa que, quando tudo está instável, eles ajudam a proteger patrimônio e preservar retornos. Estamos falando de ativos que continuam gerando valor mesmo quando os mercados travam”, explica Farache ao lembrar que Larry Fink, CEO da Black Rock, repetidamente sugere a alocação de 20% da carteira em alternativos.
Um dos pontos, entretanto, que o investidor precisa ficar atento é ao prazo de resgate da aplicação, pois sua liquidez nem sempre é imediata. “Como todo investimento, os ativos alternativos exigem estudo, análise e conhecimento, mas dizer que só grandes fortunas podem investir nisso já não é verdade. O que falta, muitas vezes, não é dinheiro, é curiosidade”, diz.