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Quase 43% dos profissionais de startups não possuem plano de cargos e salários

Quase 43% dos profissionais de startups não possuem plano de cargos e salários / Foto: Proxyclick Visitor Management System / Pexels
Foto: Proxyclick Visitor Management System / Pexels

Levantamento realizado pela Convenia visa auxiliar os RHs a estruturarem medidas baseadas na realidade de cada empresa

Segundo o ranking de startups, em 2022 foram criadas mais de 100 mil empresas deste segmento. Com um aumento exponencial, o desafio de muitas delas encontra-se  justamente em desenvolver novas estratégias para que o negócio cresça de forma saudável e sustentável. De olho nesse cenário e visando fortalecer o RH destas empresas, a Convenia, HRTech com soluções voltadas para a automatização e digitalização do RH e do DP, produziu o “Relatório de Cargos e Salários em Startups – 2022”. O levantamento, que contou com apoio de grandes empresas como a Endeavor, StarSe e Abler, revela que 42% dos profissionais do setor não possuem plano de cargos e salários, contra 57,32% de profissionais que seguem uma política salarial estruturada.

O estudo é inédito e buscou mapear a realidade das startups e servir de subsídio para construção de planos baseados na realidade de cada companhia. Ao todo, foram entrevistados mais de 606 profissionais de diversas regiões do Brasil. Destas, 471 foram válidas para embasar o relatório. “Os dados condizem com a realidade do mercado. Startups mais consolidadas trabalham com uma faixa salarial mais competitiva e próximas de empresas tradicionais, enquanto startups menores ainda possuem mais desafios para reter talentos”, explica Marcelo Furtado, CEO e cofundador da Convenia.

De acordo com o executivo, a política de cargos e salários é uma etapa fundamental para gerar transparência e clareza aos colaboradores sobre seu trajeto profissional. O estudo ainda aponta que 53,93% dos respondentes demonstram entender que sua empresa trabalha com uma política de cargos e salários, implementando internamente uma boa comunicação aos colaboradores. Porém, o volume de pessoas que não souberam responder sobe para 14,23%, o que pode indicar uma divulgação falha desta política dentro da empresa ou mesmo a falta de uma política robusta.

Salário e cargo

Observando por outra ótica e considerando a questão de salários e cargos, por exemplo, o relatório aponta que as remunerações em startups ficam concentradas em até R$ 4.500.  Conforme o levantamento, aproximadamente 40% das rendas obtiveram uma média de até 3,5 salários-mínimos. Já para 26,62%, o valor inicial é de até R$ 7,5 mil. Os outros 32,83% ficam distribuídos nas faixas acima deste valor.

Para aproximadamente 44% dos analistas de startups – maior grupo de cargos desta pesquisa – o salário varia entre R$ 2.501 e R$ 4.500. Aqueles com nível júnior puxam a média para baixo e tem uma variação menor de faixas se comparado aos níveis pleno e sênior. É possível notar uma discrepância entre os valores ofertados para as diferentes senioridades, mas que se mantém dentro da expectativa do mercado. “As diferenças ocorrem também por conta dos setores. Por exemplo, um profissional de comunicação que trabalha como analista de Marketing receberá um salário diferente do oferecido a um analista de RH”, explica Furtado.

Os cargos de coordenação apresentam faixas salariais mais altas, em comparação às anteriores. Para 77% dos coordenadores, a renda mensal é acima de R$ 6.500. Seguindo essa tendência, o nível de supervisão tem 50% dos respondentes ganhando mais de R$ 6.500. “A diminuição da proporção, se comparada a coordenação, pode indicar que o plano de carreira nas startups varia na classificação. Em algumas pode ser que as posições estejam no mesmo nível, enquanto em outras a supervisão pode estar abaixo da coordenação”, comenta o executivo.

Para a gerência, a faixa salarial é mais elevada que a coordenação, como deve se seguir pela hierarquia de cargos. Os valores mais altos também começam a aparecer, com salários acima de R$ 30.000. Apenas para 12,8% dos entrevistados a renda mensal se encontra abaixo de R$ 7.500. No entanto, vale ressaltar que rendas inferiores não equivalem ao demérito que certos setores possuem, mas sim ao fato de que startups em estágio inicial ou pequenas não seguem faixas elevadas, o que pode ter influenciado a amostragem.

Para cerca de 85% dos cargos de diretoria, o salário é acima de R$ 10.500, valor mínimo encontrado na pesquisa. Isso representa mais de R$ 3.000 acima do valor mínimo encontrado no cargo anterior. As rendas mais comuns são entre R$ 19.500 e R$ 20.500. Apenas 14,8% dos diretores e diretoras ganham acima de R$ 30.000.

Salário e senioridade

A senioridade é comumente definida pelo tempo de experiência. Para os profissionais júnior (recém formados até 5 anos de função) a média salarial para 36,8% é entre R$ 2.501 e R$ 3.500. A faixa abaixo deste valor – entre R$ 1,500 e R$ 2,500 – teve um volume significativo de respostas, representando 19,3%. Enquanto a faixa acima, de R$3.500 a R$4.500, representa 18,4%.

No nível pleno a pesquisa aponta faixas mais variadas. Para 27% dos entrevistados, o salário é de R$ 3.501 a R$ 4.500. Os salários entre R$ 2.501 a R$ 3.500, e R$ 4.501 a R$ 5.500 aparecem empatados, com 12,3% cada. Juntas, as três faixas totalizam 51,6% da amostragem.

No nível sênior de carreira há uma maior diversidade de faixas distribuídas na amostra. Empatadas em primeiro lugar, com 11,4% cada, estão as faixas de R$ 5.501 a R$ 6.500 e R$ 6.501 a R$ 7.500. Em seguida, aparecem a de R$ 4.501 a R$ 5.500, com 9,8%. Todas juntas totalizam 32,6% das respostas. Isso demonstra o quão variável é esse nível de senioridade.

Aumento salarial e benefícios

De acordo com o estudo, 80,89% dos entrevistados tiveram aumento salarial nos últimos três anos. Considerando ainda este tema, 65,61% dos respondentes disseram que não pretendem sair da startup em que estão empregados nos próximos seis meses, caso não recebam aumento. “Uma explicação para essa porcentagem pode ser decorrente dos benefícios corporativos, já que 90,9% dessas pessoas recebem vales, auxílios ou outras vantagens”, explica Furtado.

Ainda, 89,17% dos respondentes recebem algum tipo de benefício, e 83,44% os consideram como um diferencial para sua permanência na startup. Já 3,82% dizem não receber benefícios, mas entendem que isso pode ser um motivo para trocar de emprego. Apenas 1,49% não levam o pacote em consideração neste cenário.

Os resultados da pesquisa podem ser acessados neste link.

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